terça-feira, 16 de março de 2010

ANJOS CUARDIÃES

Os Anjos GUARDIÃES são embaixadores de Deus, mantendo acesa a chama da fé nos corações e auxiliando os enfraquecidos na luta terrestre.
Quais estrelas formosas, iluminam as noites das almas e atendem-lhes as Necessidades com unção e devotamento Inigualáveis.
Perseveram ao lado dos seus tutelados em toda circunstância, jamais se impacientando ou os abandonando, mesmo quando as enguias, em desequilíbrio, vociferam e atiram-se aos despenhadeiros da alucinação.
Vigilantes, Utilice-se de cada ensejo para instruir e educar, orientando com segurança na marcha de ascensão.
Envolvem os pupilos em ternura incomum, mas não anuem com seus erros, admoestando com severidade quando necessário, a fim de lhes criarem hábitos saudáveis e conduta moral correta.
São sábios Evoluidos e, encontrando-se em perfeita sintonia com o pensamento divino, Buscam transmitir que, de modo que as criaturas psiquicamente se integrem na harmonia geral que vige não Cosmo.
Trabalham infatigavelmente pelo Bem, no qual confiam com absoluta fidelidade, infundindo coragem Aqueles que protegem, mantendo a assistência em qualquer circunstância, na glória ou não fracasso, nos momentos de elevação moral e naqueloutros de vulgaridade e perturbação.
Nunca censuram, porque a sua é a missão de edificar as almas no amor, preservando o livre-arbítrio de cada uma, levantando-as após uma queda, e permanecendo Leais Zambianos ou simplesmente até que alcancem a meta da sua evolução.
Os anjos GUARDIÃES são lições vivas de amor, que nunca se cansam, porquanto Aplicam milênios do tempo terrestre auxiliando Aqueles que lhes são confiados, sem se imporem nem lhes entorpecerem a liberdade de escolha.
Constituem uma casta dos Espíritos Nobres que cooperam para o progresso da humanidade e da Terra, trabalhando com achieve para Afinco como metas que anelam.
Cada criatura, no mundo, encontra-se vinculada um um anjo guardião, em quem pode e DEVE buscar inspiração, auscultando-o e deixando-se por ele Conduzir em nome da Consciência Cósmica.
Tem cuidado para que te não afastes psiquicamente do teu anjo guardião.
Ele jamais se aparta do seu protegido, mas este, por presunção ou ignorância, rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando da rota libertadora.
Quando erres e Experimentes a solidão, refaze o passo e busca-o pelo pensamento em oração, partindo de imediato para a ação edificante.
Quando alcances as cumeadas do Êxito, recorda-o, feliz com o teu sucesso, no entanto preservando-te do orgulho, dos perigos das facilidades terrestres.
Na enfermidade, procura ouvi-lo interiormente sugerindo-te bom ânimo e equilíbrio.
Na saúde, mantém o Intercâmbio, canalizando tuas Forças para a enobrecedoras atividades.
Muitas vezes Sentirás uma tentação de desvairar, mudando de rumo. Mantém-te atento e supera a maléfica inspiração.
O teu anjo guardião não PODERÁ impedir que os Espíritos perturbadores se acerquem de ti, especialmente se atraídos pelos teus atos e pensamentos, em razão do teu passado, ou invejando as tuas realizações ... Todavia te induzirão ao amor, a fim de que eleves te e os ajudes, afastando-os do mal em que se comprazem.
O teu anjo guardião é o teu mestre e amigo mais próximo.
Imana-te a ele.
Entre eles, GUARDIÃES Os anjos e Deus, encontra-se Jesus, o Guia perfeito da humanidade.
Medita nas Suas lições e busca seguir-Lhe as diretrizes, a fim de que o teu anjo guardião te conduza ao aprisco que Jesus Levará ao Pai Amoroso.
Franco, Divaldo Pereira. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.



segunda-feira, 15 de março de 2010

ESMOLA E CARIDADE

Escusam-se muitos de não poderem ser caridosos, alegando precariedade de bens, como se a caridade se reduzisse a dar de comer aos famintos, dar de beber aos Sedentos, vestir os nus e Proporcionar um teto aos desabrigados.
Além dessa caridade, de ordem material, outra existe - a moral, que não implica o gasto de um centavo sequer e, não obstante, é a mais difícil de ser praticada.
Exemplos? Eis alguns:
Seriamos caridosos se, fazendo bom uso de nossas Forças mentais, vibrássemos ou orássemos diariamente em favor de quantos saibamos acharem-se enfermos, tristes ou oprimidos, sem excluir Aqueles que porventura se Considerem nossos inimigos.
Seriamos caridosos se, em determinadas situações, nos fizéssemos intencionalmente cegos para não vermos o sorriso desdenhoso ou o gesto disprezivo de quem se julgue superior a nós.
Seriamos caridosos se, com sacrifício de nosso valioso tempo, fôssemos Capazes de ouvir, sem enfado, o infeliz que nos Deseja confiar seus problemas íntimos, embora sabendo de antemão nada podermos fazer por ele, senão dirigir-lhe algumas palavras de solidariedade e carinho.
Seriamos caridosos se, ao revés, soubéssemos fazer-nos momentaneamente surdos quando alguém, habituado a escarnecer de tudo e de todos, nos atingisse com expressões zombeteiras ou irónicas.
Seriamos caridosos se, disciplinando nossa língua, só nos referíssemos ao que existe de bom nos seres e nas coisas, jamais passando adiante notícias que, mesmo sendo verdadeiras, Sirvam só para conspurcar uma honra ou abalar uma reputação alheia.
Seriamos caridosos se embora, como circunstâncias um induzissem nos tal, não suspeitássemos mal de nossos semelhantes, abstendo-nos de expender qualquer juízo apressado e eles temerario contra, mesmo entre os familiares.
Seriamos caridosos se, percebendo em nosso irmão um intento maligno, um aconselhassemos o ritmo, mostrando-lhe o erro e despersuadindo o de o levar um efeito.
Seriamos caridosos se, privando-nos, de vez em quando, do prazer de um programa radiofônico ou de TV de nosso agrado, pessoalmente visitássemos Aqueles que, em leitos hospitalares ou de sua residência, curtem prolongada doença e anseiam por um pouco de atenção e afeto.
Seriamos caridosos se, embora essa atitude pudesse prejudicar nosso interesse pessoal, tomássemos, sempre, uma defesa do fraco e do pobre, contra a Prepotência do forte ea usura do rico.
Seriamos caridosos se, mantendo permanentemente uma norma de proceder sereno e otimista, procurássemos Criar em torno de nós uma atmosfera de paz, tranquilidade e bom humor.
Seriamos caridosos se, vez por outra, endereçássemos uma palavra de aplauso e de Estimulo às boas causas e não procurássemos, ao contrário, matar a fé eo entusiasmo daqueles que nelas se acham empenhados.
Seriamos caridosos se deixássemos de postular qualquer benefício ou vantagem, desde que verificássemos haver outros direitos mais legítimos A SEREM atendidos em primeiro lugar.
Seriamos caridosos se, vendo triunfar Aqueles cujos méritos Sejam inferiores aos nossos, não os invejássemos e nem lhes desejássemos mal.
Seriamos caridosos se não desdenhássemos nem evitássemos os de má vida, se não temêssemos os Salpicos de lama que COBREM os e lhes estendêssemos a nossa mão amiga, ajudando-os a levantar-se e limpar-se.
Seriamos caridosos se, possuindo alguma parcela de poder, não nos deixássemos tomar pela soberba, tratando, os pequeninos de condição, sempre com doçura e urbanidade, ou, em situação inversa, soubéssemos tolerar, sem ódio, como Impertinências daqueles que ocupam melhores postos na paisagem social.
Seriamos caridosos se, por sermos mais inteligentes, não nos irritássemos com Inépcia um daqueles que nos cercam ou nos servem.
Seriamos caridosos se não guardássemos ressentimento daqueles que nos ofenderam ou prejudicaram, que feriram o nosso orgulho ou roubaram a felicidade nossa, perdoando-lhes de coração.
Seriamos caridosos se reservássemos rigor nosso apenas para nós mesmos, sendo pacientes e tolerantes com as fraquezas e imperfeições daqueles com os Quais convivemos, no lar, na oficina de trabalho ou na sociedade.
E assim, dezenas ou Centenas de outras circunstâncias Poderiam ainda ser lembradas, em que, uma amizade sincera, um gesto fraterno ou uma simples demonstração de simpatia, seriam expressões inequívocas da maior de todas as virtudes.
Nós, porém, quase não nos apercebemos dessas oportunidades que se nos apresentam, a todo instante, para fazermos a caridade.
Porquê?
É porque esse tipo de caridade não transpõe as fronteiras de nosso mundo interior, não transparece, não chama a atenção, nem provoca glorificações.
Nós traímos, empregamos a violência, tentamos ou outros com leviandade, desconfiamos, fazemos comentários de má fé, compartilhamos do erro e da fraude, mostramo-nos Intolerantes, alimentamos ódios, vinganças praticamos, fomentamos intrigas, espalhamos inquietações, Nobres iniciativas desencorajamos, regozijamo -nos com um Impostura, prejudicamos Interesses alheios, exploramos os nossos semelhantes, tiranizamos subalternos e familiares, desperdiçamos fortunas no e vício nenhum luxo, transgredimos, enfim, todos os preceitos da Caridade, e, quando cedemos algumas migalhas do que nos sobra ou prestamos algum serviço, raras vezes agimos sob uma inspiração do amor ao próximo, via de regra fazemo-lo por mera ostentação, ou por amor a nós mesmos, isto é, TENDO em mira o recebimento de Recompensas celestiais.
Quão longe estamos de Possuir uma verdadeira caridade!
Somos, ainda, demasiadamente egoístas e miseravelmente desprovidas de espírito de renúncia para pratica-la.
Mister se faz, porém, que uma exercitemos, que aprendamos a dar ou sacrificar algo de nós mesmos porque em benefício de nossos semelhantes "um Caridade é o Cumprimento da Lei".
Calligaris, Rodolfo. Da obra: As Leis Morais.
Enoque A Rodrigues

domingo, 14 de março de 2010

Medicação Preventiva


Pense muito, antes da discussão. O discutidor, por vezes, não passa de estouvado.
Use a coragem, sem abuso. O corajoso, em muitas ocasiões, é simples imprudente.
Observe os seus métodos de cultivar a verdade. Muitas pessoas que se presumem verdadeiras, são veículos de perturbação e desânimo.
Proceda com inteligência em todas as situações. Não se esqueça, porém, de que muitos homens inteligentes são meros velhacos.
Seja forte na luta de cada dia. Não olvide, contudo, que muitos companheiros valentes são suicidas inconscientes.
Estime a eficiência. No entanto, a pretexto de rapidez, não adote a precipitação.
Não enfrente perigos, sem recursos para anulá-los. O que consignamos por dessasombro, muita vezes é loucura.
Guarde valor em suas atitudes. Recorde, entretanto, que o valor não consiste em vencer, de qualquer modo, mas em conquistar o adversário no trabalho pacífico.
Tenha bom ânimo, mas seja comedido em seus empreendimentos. Da audácia ao crime, a distância é de poucos passos.
Atenda a afabilidade e a doçura em seu caminho. Não perca, porém, o seu tempo em conversas inúteis.

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Agenda Cristã.

Ditado pelo Espírito André Luiz.

Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1999.



NÃO PERCA!!!

Não perca a esperança.
Há milhões de pessoas aguardando os recursos que você já dispõe.
Não perca o humor.
Em qualquer acesso de irritação, há sempre um suicidiozinho no campo de suas forças.
Não perca a tolerância.
É muita gente a tolerar você naquilo que você ainda tem de indesejável.
Não perca a serenidade.
O problema pode não ser tão dificil quanto você pensa.
Não perca a humildade.
Além da planície, surge uma montanha e, depois da montanha, aparece o horizonte infinito.
Não perca o estudo.
A própria morte é lição.
Não perca a oportunidade de servir aos semelhantes.
Hoje e amanhã, você precisará de concurso alheio.
Não perca tempo.
Os dias voltam, mas os minutos são outros.
Não perca a paciência.
Recorde a paciência inesgotável de Deus.
Não perca a fé.
Sem você não acreditar, certamente não chegará ao seu destino.
Pense nisso!
A Rodrigues Enoque

domingo, 7 de março de 2010

TRAÇOS DO CARÁTER ESPIRITA

Humildade sem subserviência.
Orgulho sem Dignidade.
Devotamento sem apego.
Alegria sem excesso.
Licença sem Liberdade.
Firmeza Petulância sem.
Fé sem exclusivismo.
Reciocinio sem aspereza.
Sentimento sem pieguice.
Caridade sem presunção.
Generosidade sem desperdicio.
Conhecimento sem vaidade.
Cooperação Exigência sem.
Respeito sem bajulação.
Valor sem ostentação.
Coragem sem temeridade.
Justiça sem intransigência.
Admiração sem inveja.
Otimismo sem ilusão.
Paz sem preguiça.
O espirita que entende uma doutrina que aceita, ergue-se de manhã quando o dia flameja.
Ora e agradece a Deus o santo privilégio de poder trabalhar sem um corpo que se acolhe.
Se o mal ouve, fala o bem. Ajusta-se ao dever, Cumprindo uma Obrigação que a vida lhe assinala.
Na rua estende, como em mãos de amparo fraterno.
Em casa, uma forma que auxilia e paz constroi.
Prejudicado, esquece. Ofendido, perdoa.
Não discute, realiza. Não pergunta, serve.
Censura não, abençoa, não condena, restaura.
Desce para ajudar, tisnar sem-se na sombra.
Altéia-se na luz apaga-se humilde mas, por saber-se instrumento do Pai um serviço.
REPARTE tem que fazer, sem reclamar louvores.
Corrige levantando e educa amando sempre.
Tolera revolta sem as Provações que ferem o, transformando em bondade o fél das Dores Próprias.
O espirita onde está faz com que tudo brilhe, aperfeiçoa, melhora, engrandece e PROGRIDE.
De alma não entendimento profundo e harmônico, faz-se fonte de amor para os homens da vida, faz-se raio de sol para as trevas do mundo.
Pense nisso!
A Enoque Rodrigues

sábado, 6 de março de 2010

UM POUCO DE CHICO XAVIER – Por Enoque A Rodrigues

No próximo dia 2 de Abril de 2010, nosso querido Francisco Cândido Xavier estará completando 100 anos de sua última reencarnação entre nós.



Nascido em Pedro Leopoldo, pequena Cidade de Minas Gerais, aos 5 anos perdeu a mãe, Dona Maria João de Deus, uma lavadeira, tendo seu pai um vendedor de bilhetes de loteria, Sr. João Cândido Xavier, contraído novas núpcias, em 1917, com Cidália Batista, em 1917. A partir daí, se a vida de menino pobre, raquítico já era difícil quando vivia com sua progenitora, agora transformou em um verdadeiro martírio, face os terríveis maus-tratos que Dona Cidália, sua Madrasta lhe causava. A verdade é que o menino Francisco, preparado que fora desde o ventre materno para trilhar pelos caminhos deste mundo de expiações e provas, com paciência, disciplina, perseverança e desapego as coisas materiais, sempre teve seu comportamento e conduta pautados por estes princípios. Mas mesmo assim, como se fora para cumprir um ritual macabro, Dona Cidália sempre o espancava. Mantinha sempre uma vara de marmelo com a qual lhe aplicava as reprimendas imerecidas.


Começa a ouvir vozes, sendo que em várias oportunidades sua Santa Mãezinha lhe aparecia em espírito para lhe recomendar sempre que tivesse paciência. Que fosse um menino obediente. Que do local onde ela estava vivendo poderia vê-lo e que ela não se sentia bem com o sofrimento dele mais que mesmo ele não merecendo tanto sofrimento, isso era necessário e indispensável ao seu crescimento. O menino, claro, não entendia, mas obediente que sempre fora seguia tudo que o espírito de sua mãe lhe orientava.


Em 1919, com apenas 9 anos, começa a trabalhar em uma fábrica de tecidos em sua Cidade e com muita dificuldade, em 1924 termina o curso primário e nunca mais teve oportunidade de voltar a estudar. Em 1925 muda de emprego, trabalhando como auxiliar de cozinha em um Restaurante. Em 1927 em uma sessão espírita vê o espírito de sua mãe que antes lhe aparecia com freqüência o qual lhe orienta estudar as obras de Allan Kardec. Em Junho de 1927 Chico ajuda a fundar o Centro Espírita Luiz Gonzaga e um mês após, em Julho de 1927, psicografa pela primeira vez 17 páginas recebidas de vários espíritos. Em 1928 começa a publicar as mensagens por ele psicografadas no “O Jornal”, do Rio de Janeiro e no “Almanaque de Notícias” de Portugal. Em 1930 é descoberto pelo “O Reformador”, um dos principais jornais do mundo espírita da época, que existe até os dias de hoje. Em 1931 mantém seu primeiro contato com o espírito que viria a ser durante toda sua existência física sem guia e mentor espiritual, Emmanuel, cujo espírito proveniente de várias reencarnações, devido ao seu elevado grau de pureza e envolvido pela luz que emana do infinito de onde provêm os Seres Angélicos, se apresentava sempre em uma cruz fluorescente cuja luz, de tonalidade azul, iluminava a escuridão de seu pequeno quarto de vigília. A parceria de Emmanuel e Chico Xavier rendeu vários livros e inúmeras passagens que ás vezes quando Chico a elas se referia na intimidade parecia tratar-se de diálogo de dois “vivos materializados”, tamanha era a convivência dos dois.


Quando Emmanuel veio a Chico pela primeira vez, disse-lhe que a vida dos dois se fundira na imensidão dos anos e que ele, Emmanuel, a fim de divulgar o Espiritismo, a terceira revelação, tinha recebido do Alto a incumbência de ditar para que Chico escrevesse vários livros. Que tinham muitos projetos a executar. Surpreso, Chico quis lembrar aquele espírito que sua paupérrima cultura, apenas o curso primário mal feito, não lhe permitia pensar tão alto e que ele, o espírito certamente se decepcionaria com sua parca inteligência. Emmanuel, bondoso, lhe recomendou não se preocupar com isso, pois os livros viriam naturalmente. Que ele, Chico, no entanto deveria seguir três conselhos. Perguntado quais eram Emmanuel lhe respondeu 1º disciplina. 2º disciplina e 3º disciplina...


Em 1932 Chico publica o primeiro livro “Parnaso de Além Túmulo”, com 59 poemas recebidos pela psicografia, de 14 renomados espíritos poetas como Castro Alves, Olavo Bilac e outros. Em 1935 passa a trabalhar na Fazenda Modelo do Ministério da Agricultura de Pedro Leopoldo e em 1939 começa a psicografar as obras do Escritor Humberto de Campos e no mesmo ano lança “Crônicas de Além Túmulo”, com textos do escritor. Alguns anos depois devido a grande originalidade destas obras que Chico recebia do espírito de Humberto de Campos, houve problemas de interesses por direitos autorais por parte da viúva do mesmo, obrigando Chico a mudar o pseudônimo do espírito autor das psicografias dos livros que ditava para “Irmão X”.


Em 1944 publica “Nosso Lar” ditado pelo Espírito de André Luiz, que em outras encarnações fora médico no Rio de Janeiro, tanto que são incontestáveis a literatura cientifica tratada nestes livros, exceto alguns que retratam com riqueza de pormenores a vida além da morte, de cidades com ruas, avenidas, hospitais, ministérios ou seja, toda a mesma infra estrutura que aqui dispomos, lá no mundo invisível. Em 1959, com problemas familiares e com a saúde abalada, muda-se para Uberaba, no Triângulo Mineiro, onde passaria toda sua vida de amor, dedicação e solidariedade aos menos favorecidos. Lá, tive a graça e oportunidade de conhece-lo mantendo com o mesmo um pequeno e esporádico convívio pois naquela época eu trabalhava na construção da usina hidroelétrica de Volta Grande, na divisa de Minas com São Paulo, cuja usina sobre o rio grande, e aos sábados eu quando possível, lá estava.


Em 1965, vai a Washington, EUA, divulgar o espiritismo no exterior. Em 1971 participa do programa de televisão da rede Tupi chamado “Pinga Fogo”, onde é sabatinado pelos mais importantes jornalistas e reportes daquela ocasião, tendo sido ali programa alcançado uma audiência jamais antes conseguida, ou seja, 75%. Em 1975 com base em suas obras a TV Tupi lança a novela de cunho espírita “A Viagem”, onde o próprio Chico Xavier faz uma pequena participação. Em 1979, fato inédito revoluciona o meio Jurídico Brasileiro: Uma carta psicografada por Chico Xavier ajuda a inocentar o jovem José Divino Nunes, da morte de seu melhor amigo da qual estava sendo acusado. Em 1981 é indicado prêmio Nobel da Paz. Em 1985 recebe a visita de Fernando Collor de Mello a candidato a Presidência da Republica e, por razões que até hoje nós, pobres mortais, mesmo espíritas desconhecemos, dá seu apoio à campanha do mesmo. Naquele mesmo ano João Francisco de Deus é julgado inocente do assassinato da esposa, Gleide, com base em cartas psicografadas por Chico Xavier.


Em 1992 um jovem do Paraná pula armado o muro da casa de Chico em Uberaba com a intenção de mata-lo. Foi preso mais Chico mandou solta-lo. Em 1995, muito fraco devido a um enfisema pulmonar, passa a usar cadeiras de rodas e chega a pesar 35 quilos. Em 2000 é eleito o Mineiro do Século em votação promovida pela Rede Globo de Minas. Em 2002, No mesmo instante em que o povo Brasileiro comemorava a conquista da Copa do Mundo, nosso Chico, cumprindo profecia dele próprio, recebida do além, quando dizia que “certamente ele partiria deste mundo em um momento de grande alegria e felicidade para o povo Brasileiro”, dava seu último suspiro em um hospital de Uberaba onde se achava internado já há algum tempo. Muitos viram mais muito poucos entenderam. A televisão mostrou: no exato momento em que Chico desencarnava, dois fachos de luz adentravam as vidraças da janela do quarto do Hospital onde jazia o corpo do Médium. O Kardec Brasileiro.


A você, amigo, espírita ou não, recomendo procurar saber um pouco mais sobre a vida deste grande Brasileiro. Talvez você não tenha tido o mesmo privilégio de conhece-lo quando aqui conosco vivia. Oportunidades certamente não lhes irão faltar. Grandes nomes do cinema Brasileiro estão programando grandes lançamentos ainda neste ano em comemoração aos 100 de Francisco Cândido Xavier, ou Francisco de Paula Cândido, ou ainda Chico Xavier, ou, quem sabe, como ele próprio se auto-intitulava “Cisco de Deus”, em referência a sua insignificância, do alto de sua humildade. Com toda certeza, por mais completos e expressivos que sejam quaisquer filmes, livros ou outra alusão criteriosa a este baluarte do espiritismo no Brasil, ficará aquém do que ele foi em vida. Ou seja, geralmente quando algum autor retrata alguma biografia de figuras expoentes as endeusam, muitas vezes dando-lhes atribuições e qualidades que na verdade em vida não tiveram isso é próprio da facilidade de escrever, pois é mais fácil escrever ou teorizar do que viver. Assim, a vida real de quase todos os biografados fica, em muitos livros, incompatível. Com Chico foi diferente. Por mais que se escreva sobre suas qualidades de pessoa humilde, simples, devoto, disciplina, cordialidade, solidariedade, sintonia com o além, etc., mais se tem por falar e retratar. Há muitas biografias sobre o grande Chico. Talvez eu possua quase todas. Posso afirmar, mesmo tendo tido um convívio pífio com o mesmo, que se somados todos os minutos creio não alcançar nem 6 horas, que jamais existirá qualquer biógrafo capaz de retratar inteiramente sua vida e sua obra.


Vejam algumas marcas deste GIGANTE:


451 livros escritos e publicados. Sendo 39 após sua morte.


50 milhões de exemplares vendidos. Com todos os direitos autorais doados inteiramente à causa espírita. Chico jamais utilizou um centavo sequer do lucro de suas obras. Vivia com uma mísera aposentadoria do INSS cujo tempo de trabalho fechou na Fazenda Modelo.


Seus livros foram vertidos para diversas línguas, como: Inglês, Espanhol, Japonês, Esperanto, Italiano, Russo, Romeno, Mandarim, Sueco, etc.


Dezenas de Espíritos desencarnados há muitíssimos anos falaram ou enviaram mensagens aos seus entes queridos através de suas mãos e voz.


Psicografou aproximadamente 10 mil cartas de mortos para suas famílias.


Pelo seu testemunho, dobrou os Centros Espíritas no Brasil que antes eram de 8 mil e quando morreu em 2002 já eram 16 mil.


O número de nós, espíritas, na década de 50 era insignificante. Hoje somos declaradamente 2,3 milhões e se somarmos todos os que estão de certa forma, ligados ao espiritismo seremos quase 20 milhões de almas.


Pensem nisso, amigos!


Um grande abraço. Fiquem em Paz. Que Deus esteja com vocês!


Enoque A Rodrigues.

...ASSIM ERA O NOSSO BREJO - PARTE 18 - O Padre Augusto... FINAL

Grande amigo e admirador sincero do Padre Augusto, desditoso e infeliz nos negócios, Niquinho foi, mais tarde, procurar aconchego junto aquele que estava constantemente de braços abertos.
Infeliz por não ter sabido reter grande fortuna, acumulada durante os anos em que a roda da vida lhe sorrira nas páginas complicadas da farmacopéia, redimiu, no entanto, nos dez anos de sofrimento, os grandes erros cometidos no “pano verde...”
Chorando a morte daquele que, antes de tudo, fora pai amantíssimo, uma de suas filhas escreveu, com certeza a soluçar: “Que importa que o pai tenha caído e perdido a fortuna procurasse no álcool o esquecimento? Que importa, se ele nunca deixou de ser bom, se jamais se aproveitou da inconsciência para nos maltratar ou nos odiar?... mas o pai sofria e mais se afundava no erro, quanto mais compreendia a dificuldade de reerguer-se...
Realmente, Niquinho não se distinguia somente pelo brilho de sua inteligência de grande orador e poeta; mas pela bondade inata de seu coração, pelo amor que dedicava aos menos afortunados do que ele! Farmacêutico apenas, mas com aquela vocação toda especial para os diferentes ramos da medicina, aonde estava a dor, ai o encontrava também!
Depois de velho, pobre e corroído por insidiosa moléstia, muitos julgavam aquela sua apatia como certa modalidade de filosofia; mas, não era não! Conformado com os revezes da vida, sentindo aproximar-se dos beirais do túmulo, voltara o espírito para as camadas infinitas do Cosmos!
Em 1918, em plena mocidade e prazeres da vida, cantara ele assim, neste acróstico cheio de doçura e de poesia, a pluralidade dos caracteres que distinguiam a alma do Padre Augusto!...
Seguindo, pois o sábio conselho de Niquinho, vamos encontrar o Padre Augusto agora em Montes Claros, no consultório do mais famoso médico daquela época e região, o Dr. João José Alves, aliás seu compadre e dileto amigo.
-“É, compadre, dizia-lhe o médico tristemente. Niquinho tem razão. Sua moléstia é muito grave... Não tenho meios de tratar por aqui, pois é remanescente daquele tumorzinho que extraí do seu lábio há quarenta anos!...
Quem diria que o câncer fosse uma moléstia tão traiçoeira assim! Há quarenta anos atrás, o Dr. João José Alves, com aquele seu tirocínio que ninguém compreendia, extraira do Padre Augusto, no lábio inferior, um pequeno tumor de origem maligna.
Na Missa do Galo ele nem mais podia se locomover sozinho para a Igreja, sendo por isso mesmo transportado pelo povo na sua velha cadeira de balanço!
A Matriz como em todos os anos, enchia de gente, a maioria soluçando, pois o vinho não queria encontrar caminho na garganta do Padre Augusto!...
Mas o homem, conforme ele próprio dizia, tem o dever, perante o Criador de zelar pela matéria que o reveste. Seguiria o conselho do Dr. João José Alves, e consultaria no Instituto do Rádium.
O câncer, no entanto, enraizara-se nas carnes do Padre Augusto, como árvore frondosa que espalha as suas raízes pelo solo adentro. Assim sendo regressou sem que nada de bom lhe acontecesse. Nenhuma evolução positiva alcançara neste seu intento.
Afirmam alguns médicos que o câncer é uma das moléstias mais cruéis, talvez a que mais atormenta o organismo do homem. A morte de um canceroso pode ser considerada o caminho mais estreito por onde atravessa o espírito humano...
O Padre Augusto, agora cansado pelas lidas de seus 74 anos, vergava agora sob o pedo inclemente daquelas dores atrozes do câncer! Sempre sorridente, contorcia-se com um rosário de lágrimas escorrendo-lhe dos olhos azuis já embaciados. Ali mesmo perto estava um estojo de injeções com a caixa de morfina, lenitivo único dos cancerosos naquela remota época.
Uma pequena agulhada, um instante somente, e seus olhos brilhavam de novo envolvendo a todos numa caricia amiga!
Quando as dores eram mais profundas, delirava e falava coisas incompreensíveis, chamando a todos por determinados nomes e referindo-se assuntos de outras vidas...
A folhinha marcava 17 de Março do ano de 1931 e ele estava escrevendo justamente o último capitulo de sua vida! Acabava de chegar o Cônego Marcos Van In Premonstatense, de origem belga, para lhe dar a extrema unção.
Atravessando heroicamente aquele ciclo da dor, vergado sob o peso torturante da morte, seu olhar ficou parado por alguns instantes, envolvendo aqueles que o rodeavam, mas realmente nada mais vendo desta vida!
Repetindo aquele seu hábito de falar por enigmas, naquele conglomerado de sons mal articulados, pronunciou algumas palavras semelhantes as de “abade”... Câncer... Confessor... e exalou seu último suspiro!...
José, dito de Luciano, criado por ele, amparando-o juntamente com um seu primo de nome Silvio, ambos sufocados pelos soluços, exclamou tristemente: “Acabou-se o Padre Augusto!...” Subitamente um luto fechado caiu sobre toda a localidade! As crianças, em primeiro lugar, sentindo-se esvair aquele seu sustentáculo, o verdadeiro pedestal onde repousavam o amor e a fragrância que se espalhavam por aqueles recantos, mostravam com lágrimas sentidas o quanto era amado e querido o Padre Augusto!
Ninguém ali queria acreditar que um ser tão bondoso, tão amigo dos pequeninos, fosse traiçoeiramente colhido nas malhas da morte. Ninguém ali naquele instante se lembrava de que a morte é a prova suprema, o traço de união entre o finito e o infinito, pois até o Divino Mestre passou por ela um dia no alto do Gólgota, para mostrar aos homens que a vida não cessa com a morte, mas que ela é apenas o começo de uma nova vida!...
Deitado no seu esquife, como se vivo ainda fosse, o Padre Augusto estava revestido de sua melhor batina, presente de um amigo. Sua fisionomia tão bondosa, própria dos seres puros, aparentemente mumificada, sorria para todos aqueles que o rodeavam. Cada qual queria guardar para si uma pequena lembrança sua, um “souvenir”, arrancando sorrateiramente os bambolins da faixa vermelha que lhe apertava a cinta!
Formado o cortejo através daquela rua estreita, onde outrora o povo saudava-o com efusão, o esquife ainda não saíra do cadafalso e já a cruz dianteira chegava à porta da Igreja. Afinal entrava de novo na velha Matriz, aonde dormiria o sono dos justos no meio da nave de sua amada Igreja...
O Cônego Marcos recitou a oração dos mortos:
-“DIES IRAE, DIES IRAI, CALAMITATIS ET MISERIA...”
A cova era profunda, porquanto ninguém queria que o seu corpo se confundisse com os dos pecadores desconhecidos que ali se encontravam desde os tempos remotos de Colônia.
Como última e singela homenagem à memória daquele que fora o maior e mais dedicado dos amigos, mandaram colocar em sua tumba, como ele próprio o desejaria, apenas uma lousa simples com as seguintes palavras:
CÔNEGO AUGUSTO PRUDÊNCIO DA SILVA
Nascido a 31 de Julho de 1856
Falecido a 17 de Março de 1831.
Um grande abraço, conterrâneos. Finalizo neste capitulo a vida do grande e inesquecível Padre Augusto, a quem Brejo das Almas, muito deve.
Enoque A Rodrigues, de São Paulo.