sábado, 18 de setembro de 2010

ISTO É FRANCISCO SÁ II - OROGRAFIA - Serra do Catuni

Enoque Alves Rodrigues

Atendendo a vários e-mails que tenho recebido, -o que muito me honra-, de estudantes em fase preparatória de trabalhos escolares, principalmente da mui conceituada Universidade Estadual de Montes Claros, a Unimontes, direcionei minha crônica do ultimo final de semana a fauna e a flora existentes no município de Francisco Sá e hoje, dando seqüência a esta série escreverei sobre a orografia e na próxima semana sobre a posição geográfica, deste meu amado município.
OROGRAFIA – Serra do Catuni:
Sendo o sistema orográfico de Francisco Sá padronizado pelo da nossa belíssima Serra do Catuni, dou aqui a sua descrição, copiada do Relatório-Monografia do Dr. Artur Jardim, quando da sua prestação de contas ao deixar a prefeitura do município de Brejo das Almas, após haver concluído com denodo, transparência e galhardia a mais perfeita gestão que Francisco Sá já teve. Aliás, hoje, o município ressente de administradores do naipe que os anteriores.
Diz ele: “A Serra do Catuni é um planalto que desce bruscamente, na vertente ocidental, que é a do Verde Grande, de 900 – 1000 metros de altitude média, 700 – 650 na base da elevação e a menos, já na baixada. Visto daí, seu corte do firmamento é dado por linhas retas niveladas em redentes como uma amplíssima cremalheira. Esse perfil inesperado é que a torna singular para o visitante habituado ao tumultuário levantamento de cômoros, píncaros, e agulhas das cordilheiras litorâneas e das regiões sul-central.
Quem segue pela estrada de Salinas, e galga a encosta, tem no cimo a surpresa de um tabuleiro que se desdobra para o nascente, em suas ondulações, e onde farfalham as elegantes palmeiras de Catolé, batidas pelo vento constante e vivificador do Nordeste... mas, também anunciador da seca.
Os contrafortes desta serrania nunca se estendem a mais de uma a duas léguas de seu flanco, para o poente, e não tem ramificações muito longas no sentido leste-oeste.
As maiores são as de Vaca Brava, Campo Alegre e Barra. Estes contrafortes parecem partir de um centro de impulsão situado na profundidade da terra, sob a massa dos Gerais, rumo aproximado ESE, originando as elevações de Sete Passagens, Pilatos, Morro do Trigo e a serie de montes das cabeceiras do Boa Vista e outros.
Estas elevações secundárias alcançam uma profundidade para o poente de 18 a 30 quilômetros, em altitudes crescentes.
Pela maior parte constituem-se de argila e calcários em lajedos, chistos, cascalhos rolados e arestosos, bancos normais de quartzo leitoso; e, bombeando cada vez mais o dorso, separando os “baixos”, em que correm rios temporários, transformam-se depois em chapadas e tabuleiros cobertos de “carrascos” ou de “catandubas”, como diz o nativo, e até de caatingas mais férteis que sobem das baixas.
Os contrafortes de Barra, Brejo, Carrapato, Sitio Novo, Masseira, Cana Brava, Santo André, de SW para NE, são ramificações que não se estendem muito.
Esse caráter pode ser dado a todos os serros que se erguem esparsos a maior ou menor distancia, dentro do vale, e cujo maior lance é no sentido aproximado da corrente do Verde Grande, OSO para NNE.
A maioria desses serros termina com a Serra do Catuni, em linhas de cumeadas niveladas e extensas, ficando o seu perfil no fundo vastíssimo da paisagem, descortinados das elevações, como uma sucessão infinita de planaltos a cavaleiro dos vales.
Um grande abraço, queridos estudantes. Sucesso e obrigado pelos e-mails. Contem comigo!
Enoque Alves Rodrigues, que atua na área de Engenharia, é Colunista, Historiador e divulgador voluntário de Francisco Sá, Brejo das Almas, Minas Gerais, Brasil.

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