sábado, 3 de abril de 2010

O FARDO

Quando a ilusão o fizer sentir o peso do próprio sofrimento, como sendo opressivo e injusto, recorde que você não segue sozinho no grande roteiro.
Cada qual tolera a carga que lhe pertence. Fardos existem de todos os tamanhos e feitios.
A responsabilidade do legislador.
A tortura do Sacerdote.
A expectativa do coração materno.
A indigência do enfermo desamparado.
O pavor da criança sem ninguém.
As chagas do corpo abatido.
Aprenda a entender o serviço e a luta dos semelhantes, para que não te suponhas vitima ou herói, num campo onde todos somos irmãos uns dos outros, mútuamente identificados pelas mesmas dificuldades, pelas mesmas dores e pelos mesmos sonhos.
Suporta, com valor, o fardo de tuas obrigações, valorosamente, e caminha.
Do acervo de pedra bruta, nasce o ouro puro.
Do cascalho pesado, emerge o diamante.
Do fardo que transportamos de boa vontade, procedem as lições de que necessitamos para a vida Maior.
Dirás, talvez impulsivamente: "É o impio vitorioso, o mau coroado de respeito, e o gozador indiferente? Carregarão, porventura, alguma carga nos ombros?"
A resposta, no entanto, é que provavelmente, viverão sob encargos mais pesados que os nossos, de vez que a impunidade não existe.
Se o suor alarga-te a fronte, e se a lágrima visita-te o coração, é que a tua carga já se faz menos densa, convertendo-se, gradativamente, em luz para a tua ascensão.
Ainda que não possas marchar, livremente, com o teu fardo, avança com ele para a frente, mesmo que seja um milimetro por dia...
Lembra-te do madeiro afrontoso que dobrou os ombros doloridos do Diuvino Mestre. Sob os braços duros no lenho infamante, que ainda ontem na Sexta-Feira de Sua Paixão, nós Cristãos lembrávamos e reverenciávamos, jaziam ocultas as asas divinas da ressurreição para a Divina imortalidade.
Pensem nisso! Fiquem com Deus. Um grande abraço.
Enoque A Rodrigues.

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