domingo, 28 de fevereiro de 2010

FÁCIL E DIFICIL

Fácil ganhar,
difícil ceder.
Fácil crer,
difícil discernir.
Fácil ensinar,
difícil exemplificar.
Fácil sofrer,
difícil aproveitar.
Qualquer pessoa, de qualquer condição, pode fazer o que é fácil; entretanto, realizar o que é difícil pede noção de responsabilidade e burilamento íntimo. É por esse motivo que o Espiritismo, sendo em si mesmo a Doutrina da fé raciocinada, para que se cumpra o imperativo evangélico do "a cada um segundo as suas obras", reclama o combustivel do serviço individual, para que brilhe, em cada um de nós, o facho da educação.
Pense nisso!!!
Enoque A Rodrigues
"caminho espirita".



sábado, 27 de fevereiro de 2010

...ASSIM ERA O NOSSO BREJO - PARTE 17- O Padre Augusto... 12

Passou a 31 de Julho o 60º aniversário natalício do querido Padre Augusto Prudêncio da Silva. Foi uma festa esplêndida. Ao alvorecer, a “estrela do norte”, banda de música local, percorria as ruas de Brejo das Almas ao som de várias peças.
Notava-se, em todos uma intensa alegria. A rua onde morava o querido Padre Augusto achava-se embandeirada, ornamentada de largas fitas com as inscrições: “Salve 31 de Julho”. “Viva o Padre Augusto”.

À missa compareceu quase toda a população do Brejo, sendo o Padre Augusto levado à sua residência, pelo povo, entre vivas e músicas.

Ao chegar, foi o aniversariante saudado pela menina Edith Silveira, que lhe ofereceu um ramalhete de rosas naturais e pelo talentoso menino José Galvão Bicalho. Ao almoço falaram diversos oradores, os quais punham em destaque as qualidades sublimes que ornam o caráter do Padre Augusto, o qual, cheio de comoção, agradeceu aos seus amigos aquela expressiva e significativa prova que eles acabavam de testemunhar-lhe.
A nota mais interessante foi o almoço da meninada: mais de cem meninos em torno de uma mesa, rostinhos corados, sorridentes, naquela gritaria própria das crianças, a darem vivas. Estava mesmo encantador!

Discursaram, e ao finalizar de cada discurso, era um chuveiro de palmas, entre vivas e ao som da “estrela do norte” que a tudo esteve presente, executando belas peças do seu repertório.

No próximo Sábado estaremos finalizando essas narrativas sobre a vida de tão importante figura de nosso Brejo que foi o grande Padre Augusto Prudêncio da Silva. Ceretamente que ainda hoje exista alguém que com ele tenha convivido.
Um grande abraço, conterrâneos.

Enoque A Rodrigues, de São Paulo.
a foto acima é do rio "gorutuba" que nasce em Francisco Sá, "Brejo das Almas".

sábado, 20 de fevereiro de 2010

...ASSIM ERA O NOSSO BREJO - PARTE 16 - O Padre Augusto... 11

O Padre Augusto era uma verdadeira fonte de consulta. Tanto era procurado para os males do espírito como também para os da matéria.
Qualquer dúvida que surgisse nos negócios, na família, nas questões de terra, nos filhos espúrios, em tudo era ele o lenitivo para aqueles que sofriam.
Nas viagens periódicas pelas freguesias, postavam-se diante dele grandes filas de consulentes para os quais tinha sempre um remédio ou curativo, fosse da alma ou do corpo.
Foram muito comuns os seguintes diálogos entre ele e os fiéis:
-“Pois é, Sô Vigário; a Joana anda muito perrengue desde antonte...Nem poude vim pra confessá...É um dispropósito as dores que ela sente nas costa...”
-“Você dê a ela um purgativo de jalapa com calomelanos...- Respondia-lhe o Padre Augusto.
-“Meu caso, Sô Vigário, é aquele cavalo que sumiu o ano passado... –aproximava-se um outro consulente. Eu precisava de um responso...”
-“Você reze três padre-nosso e três ave-marias para Santo Antonio e me procure depois da missa...”
O povo estranhou bastante o seu desaparecimento depois de 35 anos de assistência religiosa, moral e financeira ao povo carente do “Brejo”. Principalmente as mulheres já de idade, das quais era ele consultor e conselheiro. Por ocasião de uma missão, um ano depois de sua morte, uma beata do interior de Brejo das Almas, hoje Francisco Sá, foi confessar com o Padre Salú, o novo Vigário que o substituira, julgando que o fazia com um dos missionários.
O Padre Salustiano Fernandes dos Anjos, ou Padre Salú, comparado com o Padre Augusto, era como “água pro vinho...” – como diziam os católicos: Enquanto este último foi o protótipo do Sacerdote humilde, pobre, precursor da assistência social nos Sertões das Minas Gerais, enquanto o outro, ou seja o Padre Salú, era amigo do dinheiro, gênio arredio e com cara de poucos amigos...”
Perguntada quanto tempo fazia que não se confessava, a beata respondeu-lhe:
-“Desde que morreu sô Padre Augusto...”
Admirado o Padre Salú interpelou-a porque assim procedera, uma vez que o novo Vigário estava ali para atendê-la.
-Aproximando-se bem do confessor que, evidentemente se achava atrás do concessionário, para que as mulheres próximas não pudessem ouvi-la, ela declarou muito naturalmente:
-“O senhor é porque não sabe; esse Padre Salú não é uma boa bisca...”
O Padre Salú – porque era ele em pessoa – deu um estrilo tremendo com a mulher, pondo-a para fora do confessionário!...
Um grande abraço, conterrâneos.
Enoque A Rodrigues, de São Paulo.




segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

FATOS E PERSONAGENS DO ANTIGO BREJO DAS ALMAS

Outra noite, após um exaustivo dia de trabalho, tomado pelo cansaço e fadiga, cai em profundo sono ou talvez em um estado de vigília onde o espírito se afasta provisoriamente do corpo, passei a navegar pelas reminiscências do meu passado, volvendo aos meus tempos pueris situando-me na década de 1960-1970, pondo-me a caminhar pelas ruas do Brejo das Almas, onde perfilavam à minha frente, em minha memória, todos os fatos e antigos personagens daquela época, hoje em sua grande maioria, no “andar de cima” certamente ao lado do Criador, pois, merecedores que são, muito fizeram aqui “em baixo” para de certa forma nos distrair ou tornar nossos dias mais doces. À guisa de curiosidade devo informar que “sou brejeiro” sem que jamais tivesse residido dentro do Brejo. Sou, na verdade, nascido em Cana-Brava, há poucos quilômetros do Brejo, onde meus avós, tinham um sitio. No entanto, jamais sai da Cidade, pois aquela época, a não ser Montes Claros, era o Brejo a mais próxima cidade dotada de toda infra estrutura, e como todos devem saber, Cana-Brava, onde nasci, era e é até hoje um povoado que pertence ao municio de Francisco Sá, ou melhor, Brejo das Almas.

Entrando na Cidade, ouço ao longe o som melancólico de uma sanfona executando melodias próprias do lugar, em cujos refrões se escutava também o latido triste de um cão vira-latas. Era Zezinho ou como nós brejeiros simples o chamavamos “Zezim tocador” que acompanhado de seu vira-latas “vazamundo”, vinha em minha direção tocando sua velha sanfona à caminho da Praça Mariquinha Silveira, onde Feliciano Oliveira e vários candidatos da região, realizavam animado comício, regado a muita pinga do brejo, cerveja e churrasquinho dos bons. Quem como eu conheceu “Zezim”, sanfoneiro 365 dias do ano e nas horas vagas “raizeiro e expulsador de cobras nas fazendas do sertão”, baixinho, mirrado, com dois reluzentes dentes de ouro na boca, sabe muito bem que alegria e animação passaram longe das músicas que ele tocava. Parecia proposital: todas as canções que nos entristeciam, que iam a fundo do Recôndito, ele tocava. Mas era esta a maneira que aquele homenzinho de alma grande encontrava para nos alegrar, distrair, etc. O pior é que ele não se fixava em um lugar para tocar. Sua música era ambulante, pois, ele andava pelas ruas do Brejo com sua sanfona presa ao peito, tocando sem parar. Algumas vezes, quando passava em frente a alguma casa ou comércio e via que as pessoas estavam lhe dando mais atenção que o devido, parava, punha-se de frente para “o crime” e tome música triste e latidos mais tristes ainda de seu cachorro vazamundo. Até hoje não sei por que vazamundo “chorava tanto”. Se de tristeza pelas músicas que seu dono tocava ou quem sabe, talvez, por pena de nossos pobres ouvidos que, sem outra alternativa, tinham que aturar tudo aquilo. Mas éramos felizes, muito felizes com o querido “zezim tocador”.

Acompanhando “zezim tocador” em sua caminhada até o comício, eis que surgem a minha frente aquelas figuras folclóricas que os menos avisados insistiam em alcunhar-lhes de “doidos” mais que na verdade, eram seres maravilhosos, desprovidos de quaisquer maldades humanas que com seus “chistes” também faziam melhores nossa vida no Brejo. Jamais permiti,

quando por perto me achava, que alguém extrapolasse nas brincadeiras. Sò as permitia quando notava que eles estavam interagindo conosco. Refiro-me aos “meus amores. Aos meus encantos”: Maria Bocão, Boneca Preta, Pascomiro, Galdina, Roberto Carlos do Mato e outros que minha cansada mente hoje não me permite lembrar. Todos eles juntaram-se a nós com destino a praça do comício, para fazer uma “boca rica”.

Em frente ao bar do Neuzão, o “Só Cinco”, (não, ele não tinha mais o bar estica o braço), Dacão violeiro, Mateus Gordo e João Banana nos aguardavam para compor-se a comitiva. Um pouco mais adiante vejo outro grupinho parado em frente ao bar “Roubaram Meu Gato” de propriedade do querido Dê Pena. Lá estavam a palestrar Zé Almeida, Zé Coco, “seo” Mané, Zé Cacetão, Zé Veloso e muitos outros. Todos eles somaram-se a nós que, como se fosse uma Procissão de Sexta-Feira Santa, ou dos mortos, em dia de finados, não obstante estarmos no mês de Setembro, em plenas festas dos “catopés”, seguíamos tranqüilamente pelas ruas do Brejo. Por um instante sinto o aroma do café da terra e não resisto: paro um pouquinho no “Deus é Bom” e solvo, de uma só vez o precioso liquido que me é servido em um copo destes com fundo grosso de vidro. Continuamos andando e agora eis que estamos no centro nervoso do Brejo. Diante da Casa Viena, a nata do lugar proseia. Passamos reto. Somos ralé cujos votos estão sendo caçados e nenhuma outra oportunidade melhor irá nos surgir de uma nova boca rica a não ser do comício que rola na Praça Mariquinha. Temos pressa. Os espetinhos podem acabar... Praça Jacinto Silveira, lá está o busto imponente do fundador do lugar. Toda honra e toda glória devem ser prestadas a família Silveira. Olho para dentro da Igreja: espere um pouco, aqueles grandes olhos azuis e aquela careca não são do Padre Silvestre Classen, que há muitos anos atrás me batizou lá em São Geraldo? Há, sim, é ele mesmo! Está celebrando a missa de ação de graças por mais um ano de emancipação do Brejo.

Quem são aqueles que lá estão! Feliciano Oliveira (Ué, mais ele não está no comício da Praça Mariquinha Silveira, pedindo votos?), Eurico Pena, o Prefeito? (Ué, mas em que ano nós estamos?), José de Deus, Robson Campos, Antonio Soares Dias, etc. E aquele senhor alto e elegante com aparência de Roger Moore, quem é? Responde-me a voz de um dos integrantes de “minha comitiva”: “Como assim, Noquinho, você não o conhece mais? É Rogério Costa Negro!. Pergunto: Rogério Costa Negro, aquele ricaço, dono de várias fazendas de gado e da principal loja daqui de Brejo das Almas, a loja de tecidos “Casa Branca Costa Negro?”. Sim, é ele mesmo! Só que hoje de ricaço não tem nada. A Casa Branca Costa Negro, não existe mais. Foi pras cucúias. Rogério era muito vaidoso. Torrou tudo nos bares e cabarés, com sua fama de dançarino eloqüente e desenvolto. E o Casarão dele da Praça Duque de Caxias, onde os boêmios iam fazer serenatas e angariar alguns dividendos com o Rogério. Enoque, outra vez a voz de um da comitiva, já lhe falei, Rogério hoje é pobre. É igual que “nóis”. “num tem mais nada”! Acabou-se, tudo.

Tá bom, já que é assim, vamos logo para a praça Mariquinha Silveira assistir o comício de Feliciano Oliveira, para que depois de ouvi-lo seus correligionários nos libere a “boca rica” do espetinho e alguns refrigerantes! Outra vez a mesma voz só que agora enérgica e implacável ecoa em meus ouvidos: “Noquinho, filho de Deus”. Será que você não entende? Não há comício algum. Não vê que estão todos aqui dentro da Igreja? Até o principal orador de todas as ocasiões o Sr. Olyntho da Silveira, atrás de seus grande óculos, já fez seu discurso e se encontra sentando em um cantinho da Igreja Matriz na Praça de “seu pai?”. Fala-nos, então “zezim tocador”: sendo assim, já que não há comício, vou fazer meu show aqui mesmo na praça em frente a Igreja: rasga o fole acompanhado pelo violeiro e pelo lamento de seu cão vazamundo. Puxado pelo braço por Maria Bocão, Boneca Preta, Pascomiro, Galdina, Roberto Carlos do Mato, sai de mansinho, vou direto para a Pensão da Dona Quino, aonde as jardineiras que vinham de Salinas, Taiobeiras, Grão Mogol e outras plagas do sertão mineiro faziam seu ponto final e de partida. Entro na Pensão. Peço a conta para Dona Quino. Não é nada, Noque, desde quando você paga alguma coisa aqui? O pouco que aqui temos é tudo seu. Bom menino! Vai crescer. Vai pra “Sun Paulo, sê um grande engenheiro e depois vem pra cá ajudá nóis que estamos veinhos”!

Sai da Pensão. Despedi de meus amigos “louquinhos”. Antes porém ouvi Galdina me dizer: “Você está drumindo. Acorda primeiro pra você voltá! Assim você num chega em lugá ninhum!”

Ganhei as ruas. De saída para Montes Claros onde pegaria o trem da Central passei em frente a um velho casarão rosado, onde apesar de toda a minha curiosidade, jamais soube na verdade quem ali residia. Parece-me que família abastada do lugar.

Cheguei a Montes Claros, na velha Central do Brasil, um velho carregador de malas ouvia um velho rádio “Sharp”, onde um locutor de uma rádio local, candidato a deputado, de nome José Vicente, pedia com uma voz rouca, renitente e quase aos prantos para que os eleitores não se esquecessem seu número. Assim finalizava: “O meu número. É o mesmo de sempre... é o querido número... o 212”. Concluído o lamento do candidato, eis que entrava um jingle: “Geraldino está apresentando a grande coleção primavera-verão 71/72. O Máximo em méis, malhas, calçados e suplementos...Geraldino Boutique... Doutor Santos, 127". Com isto me acordei. Reposicionando-me no tempo e espaço, pela propaganda percebi que já estava no ano de 1971. 1971/1972!!! Ué, mais nós não estamos no ano de 2010??? Nunca se sabe!!!

Enoque A Rodrigues

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Mas como sei que nem todos, como eu, tiveram o privilégio de “nascer no Brejo” ou sequer imaginar onde fica, cumpre-me fazer aqui uma pequena apresentação desta pequena Cidade que eu chamo carinhosamente de “a beldade do norte de minas”: Brejo das Almas tem atualmente um pouco menos de 30 mil habitantes, com altitude geográfica de 656 metros, com densidade demográfica de 9,01 habitante por quilometro quadrado, compondo sua população de 50% homens e 50% mulheres.

A região do antigo Brejo das Almas foi toda palmilhada pelo sertanista Antônio Figueira, integrante da expedição de Fernão Dias, que percorreu o sertão dos rios Pardo e Verde à procura de esmeraldas. Reza a tradição que uma das expedições chegou no dia de Finados. Os homens ergueram uma grande cruz, batizando o lugar de Cruz das Almas. Aos poucos, a região foi sendo povoada e, em 1768, a primeira capela é construída em homenagem a São Gonçalo. Em 1826, é criado o curato de Brejo das Almas das Caatingas de Rio Verde, sendo o primeiro cura o padre Jerônimo Rodrigues. Sete anos mais tarde, torna-se distrito de paz do município de Minas Novas. Depois, freguesia, sob jurisdição de Grão-Mogol, com o nome de São Gonçalo do Brejo das Almas. Em 1923, passa a município, chamado apenas de Brejo das Almas. A partir de 1938, passa a ser conhecido por Francisco Sá, em homenagem ao ilustre mineiro que, como ministro da Viação, em 1910, bateu a primeira estaca na construção do ramal de Montes Claros, da estrada de ferro.

Fonte:almg.gov.br

-OutraVersão: -

Transcorria o ano de 1704, quando o capitão Antônio Gonçalves Figueiras, proprietário das fazendas Jaíba, Olhos D?agua e Colônia Montes Claros, desejando ligar esta última ao Gorotuba e dali aos currais da Bahia, em meados de outubro, organizou uma pequena expedição com número provável de 20 trabalhadores, inclusive índios, e partiu de sua Colônia em direção ao nordeste.

Na tarde do dia 2 de novembro do mesmo ano, depois de alguns dias acidentados de viagem, chegou ele a um lugar próximo da serra Catuni ou Decamão, na cabeceira de uma pequena lagoa que deságua em um ribeirão com nascentes naquela serra, que passou a ser denominado Lagão das Pedras. Já sendo tarde decidiu o capitão acampar ali mesmo com seus comandados, dando ao local a denominação de Cruz das Almas das Caatinga do Rio Verde, em razão de correr o Dia de Finados. Ali mandou erigir um cruzeiro e, lançando assim os fundamentos do futuro município, profetizou que o lugarejo se tornaria um comércio próspero, não só pela sua posição geográfica, como também pelas riquezas naturais de suas terras.

Algum tempo depois, os habitantes edificaram uma capela, tendo escolhido São Gonçalo para seu patrono.

Há uma lenda que admite a possibilidade de terem se agrupado em torno do cruzeiro erguido por Frei Clemente, na cabeceira da Lagoa das Pedras, as casas de onde se originou a povoação que mais tarde veio a ser sede do município de Francisco de Sá, dado que aí passava a antiga estrada colonial em demanda do Catuni.

Subiu a comarca pela Lei nº 336, de 27 de dezembro de 1948.

Francisco de Sá deve seu nome atual ao Dr. Francisco Sá, ilustre filho do município que além de engenheiro notável, foi, durante muitos anos, Ministro da Viação e Obras Públicas.

Gentílico:francisco-saense

FormaçãoAdminivistrata:

Distrito criado com a denominação de São Gonçalo do Brejo das Almas, pela Lei provincial nº 1398, de 27-11-1867, e por Lei estadual nº 2, de 14-09-1891, subordinado ao município de Montes Claros.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o distrito já denominado Brejo das Almas, figura no município de Montes Claros.

Elevado à categoria de município com a denominação de Brejo das Almas, pela Lei estadual nº 843, de 07-09-1923, desmembrado de Montes Claros e Grão Mogol. Sede no antigo distrito de Brejo das Almas. Constituído do distrito sede. Instalado em 07-09-1924.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído do distrito sede.

Pelo Decreto lei estadual nº 148, de 17-12-1938, o município de Brejo das Almas passou a denominar-se Francisco Sá.

Pelo Decreto lei estadual nº 1058, de 31-12-1943, é criado o distrito de Janaúba e anexado ao município de Francisco Sá.

No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 2 distritos: Francisco Sá e Janaúba.

Pela Lei municipal nº 336, de 27-12-1948, é criado o distrito de Canabrava e anexado ao município de Francisco Sá. Sob a mesma lei acima citado desmembra do município de Francisco de Sá o distrito de Janaúba. Elevado à categoria de município.

Em divisão territorial datada de I-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos.

Francisco Sá e Canabrava.

Pela Resolução nº 04, de 25-02-1964, Francisco Sá adquiriu do município de Grão-Mogol o distrito de Catuni.

Em divisão territorial datada de I-I-1979, o município é constituído de 3 distritos:

Francisco Sá, Canabrava e Catuni.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

Alteração toponímica municipal São Gonçalo do Brejo das Almas para Francisco Sá, alterado pelo Decreto lei estadual nº 148, de 17-12-1938.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

SOFRENDO REPROVAÇÕES

Estarás possivelmente sofrendo reprovações que te pareceram injusto espancamento espiritual.

Inicialmente adota o silêncio sem fazer comentários.

Ora, pedindo inspiração à Divina Providência.

Se não tens culpa alguma em relação aos erros que te foram atribuidos, não dê resposta alguma e continua nas tarefas que a vida te confiou, desculpando quaisquer ofensas.

Se as críticas sofridas guardam algum fundamento, procura analisar o próprio comportamento em referência ao assunto.

Agredece em pensamento aos teus sensores, procurando retificar os pontos nos quais te observes em desacordo.

Nada reclames contra quem te aponte a verdade, porquanto se agem com exagero contra os enganos de que, porventura, te inculpes, a vida se incumbirá de esclarecê-los em momento oportuno;

Não te defendas nem acuses a ninguém perante censuras recebidas.

Continua trabalhando com sinceridade, cortando as atitudes que desaproves em ti mesmo.

Se te notares no centro de culpas, pelas quais te sintas inegávelmente responsável, prossegue agindo e servindo, quanto possível, mesmo assim na certeza de que todos somos filhos de Deus e que Deus te concederá recursos e abrirá caminhos novos para que a paz de consciência te retome a vida e ilumine o coração.



Enoque A Rodrigues

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

...ASSIM ERA O NOSSO BREJO - PARTE 15 - O Padre Augusto... 10

Aquela força que o Padre Augusto possuía no olhar era, sem dúvida alguma, uma das diversas modalidades do poder sobrenatural de que nunca se ufanara mesmo particularmente.

Na mesma ocasião em que os “patriotas” jornadeavam pelo sertão, o destacamento de Brejo das Almas compunha-se apenas de um soldado.

Este sujeito era um preto luzidio, limpo e bem escanhoado. Suas perneiras lustravam como um espelho! Negro sabido e muito viajado, tinha o hábito de dizer para os meninos:

“Sai, azá”!...

Daí todos o conhecerem por “Azá”, ao invés de Wenceslau, que era o seu verdadeiro nome.

Durante as noites de expectativa, quando toda a família se reunia, “Azá” era o personagem principal. Uma grande roda se formava em torno dele, para assistir de perto as suas sessões de charadas, mágicas, enigmas e de “ciências ocultas”.
Certa noite “Azá” revelou para curiosidade de todos, que seria capaz de fazer um ovo de galinha caminhar! Foi um sussurro geral!... Imediatamente trouxeram-lhe o ovo desejado, que ele limpou, acariciou e depois colocou numa extremidade do salão.

Depois de fazer uma série de trejeitos com certeza para tapear os presentes, postando-se na outra extremidade, mandou que o ovo caminhasse até ele!

Coisa interessante!

O ovo foi se movimentando aos poucos, depois ganhou mais força e velocidade, e saiu em direção ao Soldado Wenceslau, igualzinho a uma morena faceira!
“Azá” tornou-se o ídolo daqueles serões! Porém quando o Padre Augusto estava presente, talvez por simples coincidência, “Azá” evitava apresentar seu número.

Noutra noite, a sala estava repleta de pessoas daqueles que não haviam fugido dos “patriotas”, ou mesmo de alguns que já haviam voltado à calma... Nada de o ovo caminhar!

“Azá” chamava-o, fazia trejeitos, estalos com os dedos à moda de se chamar cachorro... Mas qual! O ovo parecia jumento de Bahiano quando empaca!...

Nada conseguiu!

A sala de jantar dava para o corredor que terminava na de visitas. Justamente este corredor se achava repleto. Muitos olhando por cima dos ombros dos outros. “Azá” dirigiu o olhar para aquela direção, procurando, por certo a origem da força que superava a sua...

Os presentes, mais curiosos ficaram ainda!

Quando “Azá” se entranhou no meio do povo, deu de cara com o Padre Augusto perdido entre os demais, o que fez com que o “mágico” exclamasse desapontado:

“Eu num sabia que Sô Padre estava presente! O ovo só anda longe dele...”.

Um grande abraço, conterrâneos. Semana que vem tem mais.

Enoque A Rodrigues



RIQUEZA PREMATURA

Desapareceram documentos e objetos de valor que talvez te abastecessem de recursos materiais para muito tempo.

Perdeste a oportunidade de garantir uma pensão sólida nos dias do futuro em que teu corpo talvez não mais te auxiliasse a trabalhar pela própria manutenção, unicamente em face da desatenção de alguem ou porque a memória não te auxiliasse a recordar minudências alusivas ao assunto.

Não te permitas destrambelhar o pensamento por isso.

Possivelmente amigos espirituais, zelosos e atentos te houvessem auxiliado a perder essas vantagens em teu próprio beneficio.

Indaga de ti, se estarias efetivamente em condições de trabalhar, caso estivesses com a vida escorada no dinheiro excessivo.

Medita na situação dos parentes aos quais talvez o excesso de recursos financeiros abastasse da obrigação de servir, com a agravante de induzi-los aos perigos da ociosidade dourada.

Recorda aqueles a quem a despreparação para conservar o dinheiro e administra-lo situou em ruinosa segregação ante o medo de perder a susposta superioridade em que passariam a viver.

Pensa nos avanços indébitos da inveja e do despeito sobre os teus dias, por parte daqueles que ainda não aprenderam a respeitar a vida dos semelhantes, caso mantivesses a fortuna fora da circulação e do trabalho, sem utilidade para ninguém.

Lembra as discórdias e demandas de testamentos e inventários, promovidos por teus próprios descendentes, na hipótese da tua morte inesperada, ante os bens materiais que, porventura, deixasses sem justa e proveitosa destinação.

Aceita a vida laboriosa que Deus te concedeu, reconhecendo que a fortuna estará em tuas mãos quando souberes dirigi-la, sem permitir que ela te escravize. Pense nisso... Sempre!

Enoque A Rodrigues

domingo, 7 de fevereiro de 2010

pelo lado melhor

Para que a paz te abençõe a vida, abre as portas intimas do entendimento a fim de que a misericórdia se te instale no coração.

Ninguém nega o mérito da crítica construtiva, nascida nos mananciais da Justiça, contudo, quanto puderes, deixa que a compreensão nascida no Amor te presida as manifestações.

Conquanto estejamos todos submetidos aos principios de causa e efeito, não olvidemos que Deus é Amor, concedendo-nos os recursos de que careçamos para a integração com as Leis Universais que nos farão felizes para sempre.

Para que a misericórdia te ilumine os sentimentos, considera os nossos irmãos, em Humanidade, pelo lado melhor em que estimariam estar agindo.

Esse comapnheiro abandonou as tarefas que lhe competiam na seara do bem, no entanto, provavelmente, adotou essa medida não por espirito de infidelidade aos compromissos assumidos e sim por lhe ter faltado a precisa resistência.

Outro que entrou na sombra da delinqüência, não terá falhado porque a crueldade lhe dominasse o espirito, mas por não haver conseguido ainda senhorear a própria natureza, suscetivel de queda nas tramas da obsessão.

Aquele outro que desertou das obrigações domésticas, não haverá fugido aos próprios deveres por falta de amor aos familiares e sim por lhe esmorecerem as forças, no trato com as responsabilidades da vida.

Outro ainda deslanchou para esse ou aquele hábito infeliz, não porque assim o desejasse, mas temendo resvalar na criminalidade a que se sentia impelido pela insistência de longas tentações.

Deixa que a misericórdia te auxilie em todas as ocorrências, a fim de que possas tudo interpretar pelo lado melhor das pessoas e situações do caminho, de modo a que o lado melhor de teus problemas próprios seja também visto.

Lembremo-nos de que Deus nos governa a cada um pelas forças da justiça, mas nos compreende e espera a todos com o Infinito Amor; de nossa parte, uns diante dos outros, saibamos igualmente compreender e esperar.

Mensagem ditada pelo Espirito Emmanuel à psicografia de Francisco Cândido Xavier, Calma, páginas 37, 38 e 39.

Enoque A Rodrigues



postado por RODRIGUES, às 11:51

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sábado, 6 de fevereiro de 2010

...ASSIM ERA O NOSSO BREJO - PARTE 14 - O Padre Augusto... 9

Quando o Padre Augusto se transferiu para a nova Freguesia, varias provações teve que enfrentar no setor da Religião e da educação do povo do Brejo ainda nos primórdios da civilização. A Igreja Matriz não passava de uma pequena capela, apenas com o corpo principal necessitando de um aumento substancial.

A medida que o tempo corria, empreendeu a sua r4econstrução e aumentou-a de um terço organizando daí por diante as festas religiosas segundo a verdadeira liturgia da Igreja Católica.

No setor educacional, com os próprios meninos de sua casa organizou uma banda de musica a que deu o nome de LIRA. Com ela, disputava torneios musicais com a banda de Montes Claros, a fim de incentivar o gosto pela arte e pelas coisas do espírito.

O Mestre José Maria, aconselhado por ele, ao se ressentir de partituras novas, incógnito, comparecia à “cidade”, ouvia os ensaios da banda local. No dia aprazado do torneio, a LIRA surpreendia a outra executando a sua própria melodia, justamente aquela que eles tanto haviam ensaiado para a derrota dos adversários!.

Com isso, o Padre Augusto incentivava o culto da arte e das letras, completando a formação intelectual de seus pupilos, pois os mesmos já tinham oficinas de carpintaria e de sapataria aonde aprendiam um oficio para a conquista do pão!

À maneira que o tempo ia correndo, cada vez mais se acentuava no Padre Augusto certos pendores sobrenaturais, principalmente o da visão espiritual.

Quase na mesma época que o Padre Augusto se transferia para o Brejo das Almas, achando-se como vigário em Teófilo Otoni, foi escolhido para coadjutor de Dom Cláudio, Bispo do Rio Grande do Sul. Foi sagrado em Maio de 1906 pelo Bispo Dom Joaquim Silvério de Souza, com o titulo de Bispo de Pentencônia.

O respeito e a veneração que o povo sentia pelo Padre Augusto, às vezes parecia até mesmo com fanatismo. Comentavam as pessoas de sua intimidade que os habitantes de Itacambira o amavam tanto que só faltavam coloca-lo num andor.

Fora tido também como um homem sem medo, pois enfrentou ele ás conjunturas mais críticas, não só em defesa de amigos, como da própria Religião.

A sua presença nos locais onde se perturbavam a ordem pública era como uma mangueira que, soltando fortes esguichos de água serenava grandes labaredas que a tudo consumiam.

Homens tidos como os mais valentes da região, dobravam a cabeça e baixavam os olhos na presença do Padre Augusto.

Haja vista o caso de Alfredo. Ele era um homem de porte gigantesco, rosto vermelho como a uma papoula, dentes cravejados de ouro e cabelos de um ruivo acobreado. Andava sempre calçado de botas marrom, em cujos calcanhares se via amarrados um par de esporas de metal amarelo, que servia de tormento às mocinhas humildes que com ele dançavam nas festas da roça. Usava um chapéu de abas largas e vestia geralmente roupas de brim káki. Os meninos o conheciam por “Alfredão”.

Quando estava porém em Brejo das Almas, acompanhado de sua turma que se compunha de vários homens a cavalo, vestidos de gibão e bem armados, as casas comerciais, na sua maioria cerravam as portas procurando as famílias também não se mostrar.

Ele descia quase sempre a porta da residência do Padre Augusto, seu padrinho, talvez o único ser neste mundo a quem não regateava a sua amizade respeitosa.

Enquanto não se embriagava, conversava muito bem: entretanto, sob o domínio dos vapores do álcool, transformava-se em outro homem, tornando-se impulsivo e porque não dizer, perigoso para os próprios amigos, que estranhava muitas vezes.

Certa noite deu-lhe na cabeça realizar um baile em casa do Padre Augusto, com quem, por isso mesmo entrara em atrito, pois como é obvio não podia o velho Sacerdote concordar com tal façanha em sua própria residência, mesmo porque ele considerava a dança “coisa do demônio”. Ele sempre dizia que em toda sala de dança, no meio dos pares que se divertem, quase sempre está o demônio, pois quem dança nunca o faz por simples distração...

Com a negativa do Padre Augusto, Alfredo, voluntarioso como era, não queria se conformar com o revés sofrido, dizendo que realizaria o seu desejo.

Em resposta, disse-lhe o velho Sacerdote:

Alfredo, sou um Padre Velho humilde, mas respeitável e que sempre o considerou: mas pense, porém. Que me curvo ante as suas ameaças. Pedir-lhe ia assim, desistir de sua idéia que estou certo, estivesse você em seu perfeito juízo, não a conceberia.

Como a uma flor que murchasse diante da luz solar, Alfredo retirou-se pisando forte nos calcanhares da bota para, dias depois pedir desculpas ao seu velho amigo e hospedeiro!...

Um forte Abraço meus conterrâneos Brejeiros. Até a semana que vem!

Enoque A Rodrigues, São Paulo, SP.