sábado, 28 de agosto de 2010

ASSIM ERA FRANCISCO SÁ - MONOTONIA BREJEIRA

ASSIM ERA FRANCISCO SÁ - MONOTONIA BREJEIRA


Enoque Alves Rodrigues

Tardes tristes e modorrentas eram aquelas tardes da Francisco Sá do inicio dos anos 1970. Se durante os dias úteis da semana o brejeiro, envolvido com a luta pela sobrevivência nem sentia o tempo passar, tomado que era pela árdua lide diária. Aos domingos, único dia reservado para seu descanso, não tinha quase nada de novo a fazer. A Cidadezinha, pródiga em pontos turísticos lindos e atrativos aos forasteiros, não oferecia mais nenhuma sensação a gente do lugar. Os fatos e acontecimentos por ali simplesmente “não aconteciam”. Muitos anos-luz, outrora, distanciavam Brejo das Almas do burburinho dos grandes centros urbanos. Para se sintonizar com as novidades, tinha que sair do Brejo. As noticias lá chegavam a passos de tartaruga e o brejeiro, coitado, vivia ansioso pela falta de informação de outras plagas.
Tardes domingueiras, então? Meu Deus, quanta tristeza. Que tédio!
Os homens não tinham opção. Ou ficavam em casa cuidando dos passarinhos, olhando para o teto ou brigando com as crianças e com patroa, ou embrenhavam-se, de corpo e alma, nos incontáveis botecos de então, aonde afogavam literalmente, suas mágoas, desilusões amorosas, solidão e falta de perspectivas, na pior pinga brejeira de graduação alcoólica beirando aos 100º. Por ser ruim, assim como toda cachaça, era a mais barata ou era a pinga que o parco orçamento permitia degustar, ou melhor, engolir. Ao entrar o primeiro gole goela abaixo, o pouco juízo que tinham simplesmente saia pelas orelhas. E o brejeiro, enquanto suas pernas conseguiam mantê-lo de pé, soltava a língua. Não. Naqueles tempos não era comum se falar da vida alheia. O brejeiro, depois de alguns goles, esquecia-se de tudo e de todos. Sequer imaginava sua vidinha monótona, Severina e extremamente miserável. Ele ficava eufórico. Ficava rico. Contava vantagens. Tudo dentro de uma ingenuidade que beirava a legião dos anjos. Havia sim, alguns fanfarrões e muitos arruaceiros. Mas esses eram poucos e não duravam muito. Ao notarem o quão pacatos eram os “points” e sua gente, sumiam-se em direção a outras freguesias. E quando não tinham mais dinheiro para beber, penduravam a conta para um dia, quem sabe, quando Deus quiser, pagar. Quando já estavam embriagados procuravam, finalmente, o caminho de casa. No entanto, poucos a alcançavam. A casa, não obstante se localizar a poucos metros do bar, ou havia se deslocado do lugar aonde por séculos haviam estado ou simplesmente desaparecia como por encanto. É não era fácil.
Para aqueles que não se entregavam aos deleites da pinga, restava apenas “pescarem” alguma casa que tinha televisão, na época, só havia o preto e branco, e se oferecer para juntar-se aos familiares do dono da casa para assistir “Silvio Santos, vem ai. Há...Hai...Hu...Hui!!!
Como, é claro, poucas casas possuíam televisor. Não havia televisão para todos, e o brejeiro ficava, então, às espreitas de um homenzinho, moreno, baixo, meio gordo, com dois dentes de ouro na boca, que a qualquer momento, como num passe de mágica, poderia brotar de qualquer lugar, vindo de todos os rumos. Era “Zezim Tocador”, puxando seu velho fole, entoando musicas antigas e tristes acompanhadas sempre pelos latidos de seu cão vaza-mundo. Eram musicas como “tristeza do jeca”, “saudade de matão” e outras quinquilharias poéticas de nosso sentimento caboclo.
Todos juntavam-se a sua comitiva e só se recolhiam as suas casas depois de haverem percorrido todas as ruas do velho Francisco Sá, Brejo das Almas dos meus encantos. Éramos felizes e não sabíamos.
É...
Por vezes, não necessitamos de muito para sermos felizes...
Enoque Alves Rodrigues, que atua na área de Engenharia, é Colunista, Historiador e divulgador voluntário de Francisco Sá, Brejo das Almas, Minas Gerais, Brasil.



domingo, 22 de agosto de 2010

ASSIM ERA FRANCISCO SÁ – PEDRO CIPÓ

ASSIM ERA FRANCISCO SÁ – PEDRO CIPÓ

Enoque Alves Rodrigues

Ele era o mais temido valentão de Francisco Sá, outrora Brejo das Almas. Por onde passava semeava medo, pavor e suplicio a pacata gente brejeira. Os homens ao vê-lo a distancia, fugiam. Não respeitava sequer mulheres e crianças. Bares e demais localidades onde os brejeiros de então se reuniam esvaziavam-se com sua presença. Um simples olhar não correspondido era suficiente para que ele partisse para cima das pessoas sem dó e piedade. Muitos bravos daquela época tremiam nas bases só de ouvir o seu nome.
Pedro Cipó, assim era chamado. Pistoleiro de dedo mole que não pensava duas vezes para puxar o gatilho. Matara muitos sem qualquer motivo, se é que existe no mundo qualquer motivo que justifique que um tire a vida do outro, prerrogativa única e exclusiva do Criador do homem e de todas as coisas. Para disfarçar sua real profissão de pistoleiro, ou seja, individuo que matava por encomenda, mantinha, como fachada, uma pequena venda de frutas e cereais nas cercanias do velho cemitério de Francisco Sá, ou precisamente na Rua das Aroeiras.
Numa das muitas pendengas que arranjava com facilidade acabou por matar um rapazola, ainda imberbe, fazendeiro dos baixios da Serra do Catuni.
Certo dia, desentendera-se com o moço Donato Pinto de Magalhães, rapaz de ótima conduta. Segundo diziam, o Pedro Cipó julgou-se desfeiteado com as respostas que o Donato lhe dera, e prometia mata-lo. Corria o boato de que o pistoleiro tinha o “corpo fechado”, isto é, as armas não davam fogo contra ele e, quando isto acontecesse, as balas não lhe penetravam à pele, perito que era ele na arte da mandinga.
E se encontraram na Rua das Aroeiras, perto da casa de Pedro Cipó, que ameaçava o Donato, dizendo-lhe mais ou menos isto:
- Segura, menino, que vou lhe dar uma lição.
Mas o Donato, moleque, não quis ser mais um alvo da pontaria certeira do Negro Pedro Cipó, e sabia que, se não o eliminasse antes não se defenderia de sua traição.
Por segurança, quando Pedro Cipó marchava em sua direção, Donato, testando os poderes sobrenaturais do Negro, dá um tiro para o ar. E, tcham... tcham... tcham... Para sua surpresa. Eureka! A arma disparou. Incontinenti, sem perder um segundo sequer, dá no gatilho. E era uma vez um pistoleiro de nome Pedro Cipó...
Galgando a sua montaria que estava perto, Donato se evade do local.
No Grupo Escolar onde naquele momento o Professor Neco ministrava suas aulas, ouviram-se os tiros e a gritaria. Donato matou Pedro Cipó... Donato matou Pedro Cipó...
Todos os alunos puseram-se em debandada. Incrédulos e curiosos, queriam certificar-se de que a noticia era verdadeira. Ao professor Neco, que por ser surdo, nada ouvira daquela “revoada de petiz”, restou-lhe apenas continuar defronte ao quadro negro com seu giz a mão, a escrever a lição do dia. Ao tornar-se de frente para a “turma” para tomar-lhe a lição, apenas e tão somente vento havia. Nenhum sinal de seus pupilos. Foi muito difícil ao velho professor, entender, horas depois, o que ocorrera. Principalmente por saber que Donato, menino franzino e inofensivo, de feições franciscanas, jamais antes matara uma barata sequer.
É...
Por vezes, é exatamente de onde não se espera é que se sai. Todos são grandes e valentes o suficiente quando estão em perigo.
Enoque Alves Rodrigues, que atua na área de Engenharia, é Historiador e divulgador voluntário de Francisco Sá, Brejo das Almas, Minas Gerais, Brasil.

sábado, 14 de agosto de 2010

CENAS BREJEIRAS VIII - ANTÃO DAS MANDIOCAS

CENAS BREJEIRAS VIII - ANTÃO DAS MANDIOCAS


Enoque Alves Rodrigues

Infante ainda divertia-me sempre que via adentrar o velho Brejo das Almas, ou Francisco Sá, em sua carroça de madeira puxada por uma jumentinha de tez preta beirando a senilidade, Antão das Mandiocas, como era chamado. Vivia ele lá pelas bandas do Catuni, ou para localizar melhor, atrás da serra de mesmo nome que tem, em seu cume, mil metros de altitude.
Sua carroça vinha carregada de milho, mandioca, batata e alho. Seguia em direção ao velho mercado onde em um Box qualquer ele os negociava. Uai, eu disse negociava? Sim, exatamente! É este o termo exato, porque nem sempre ele conseguia caracterizar a venda de seus produtos, trocando-os por dinheiro. Nesse caso, é como já escrevi anteriormente, ele assim como todos os seus iguais praticavam o escambo. Trocava suas iguarias por outras diferentes e assim ia levando a vida, como diria Milionário e José Rico.
Intrigava-me, no entanto, a cordialidade do tratamento que ele dispensava a sua necessária e mais que indispensável animália. Beirava, sem qualquer hipérbole, ao mais carinhoso trato dedicado as moçoilas. Lamentavelmente naqueles longínquos tempos, nos confins de nossa querida pátria amada, salve, salve, não era comum se ver os animais serem bem tratados. Ao contrário, eram muito mal tratados, diga-se de passagem. Vítimas indefesas de covardes contumazes aonde a lei da espora, chicote e ferrão imperava. Antão, não. Ele era diferente. E era isso que me chamava a atenção. A sua jumenta chegava a brilhar, de tão limpa que era. Estava sempre cheirosa e perfumada. Tomava banho todos os dias. Defronte ao velho mercado do Brejo, Antão, antes de desatrelar a carroça de “pretinha” que ele deixava sempre solta a pastar colonião, tirava de um dos bolsos de seu velho jaleco de couro, um pente “flamengo” e punha se pentear-lhes a crina e a falar-lhe aos ouvidos. Não contendo naturais curiosidades pueris, aproximei-me, certa feita, de ambos. Queria ouvir o “diálogo”, ou melhor, o “monólogo” já que “pretinha” não falava, só ouvia. Doces e sábias palavras eram proferidas por aquele simples matuto brejeiro. Eram palavras de gratidão que ele dirigia a “pretinha” pela dedicação diária de toda uma vida com a qual ela o brindava. Agradecia a divina providência por um dia tê-la deixado ainda que enferma, em frente ao seu casebre. Esquecia, no entanto, que se ela ali agora estava, foi exatamente porque ele primeiramente se dedicou a ela, salvando-lhe a vida. Após realizar todo o seu ritual de agradecimentos, Antão das Mandiocas, antes de se retirar para seu trabalho no Box do mercado municipal do Brejo, pedia, humildemente:
-Torça por mim, “pretinha”, para que hoje eu consiga vender alguma coisa para melhorar o nosso sustento. Eu sei que você entende tudo! Você não é uma “cabeça de jumento, não”. Você é uma “cabeça de gente”.
-Uai, eu falei, cabeça de gente?
-Gente!!!
-Cruz, credo! Desculpa ai, “pretinha” se lhe ofendi. Quem neste mundo, além de você me dedicaria tanta amizade, colaboração, respeito, tolerância, humildade e fidelidade?
-Ninguém!
-É...
-Por vezes, a maioria das virtudes não é encontrada nos corações e cabeças humanas onde deveriam sempre estar; mas em lugares tidos equivocadamente, como imprevisíveis e inóspitos: Nos corações e cabeças dos muares.
-“Poor man, poor woman”!
Enoque Alves Rodrigues é divulgador voluntário de Francisco Sá, Brejo das Almas e atua nas áreas de Engenharia Civil, Pesada, Obras de Artes, Montagens Industriais e Grandes Estruturas.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

CENAS BREJEIRAS VII – TONINHO RUAS, O BOM ALUNO

Enoque Alves Rodrigues

Donato dos Santos Silva, não obstante nominar importante instituição de ensino de Francisco Sá, Brejo das Almas, foi, no entanto, homem de pouca ou quase nenhuma cultura. Mesmo assim, é longa a sua ficha de bons serviços prestados ao Município de Francisco Sá.
Militou na política municipal como Vereador, onde exerceu por diversas vezes a presidência da Câmara Municipal. Era ele fazendeiro em cuja fazenda além do cultivo de alhos, algodões e cana de açúcar, dedicava-se também a criação de gado de corte.
Depois do Grupo Escolar Eliseu Laborne, a primeira e mais tradicional instituição de ensino construída em Francisco Sá, ainda na administração do Governador Valadares, o Grupo Escolar Donato dos Santos Silva, foi a segunda instituição de ensino mais importante a ser erguida em Francisco Sá, nos tempos do Governador José de Magalhães Pinto.
Ali estudava com o Professor Neco, o aluno Antonio Marcondes Azevedo Ruas, ou, Toninho Ruas, para os amigos.
Aluno aplicado. Notas excelentes. Havia em pouco tempo decorado a tabuada. Tinha, no entanto, dificuldades em assimilar as letras gramaticais, não obstante sua dedicação. Por mais que Neco insistisse, o aluno Toninho Ruas, não evoluía. Foi ai que surgiu na brilhante e criativa mente do Professor Neco, a idéia de “forçar” seu pupilo, meio que “na decoreba”, a aprender mais celeremente o Português.
-Vamos, então, disse-lhe o professor Neco, iniciar, querido Toninho, com o Hino a Francisco Sá. Quem sabe assim, você decorando o hino, a gente possa avançar melhor!
- Pois não, professor, pode começar que eu acompanho...
- “Do catuni ao rio verde,
Do prata, ao rio do prego;
És sempre rico e formoso,
Só não vendo quem é cego.
Estribilho:
Brejo das almas
Ou Francisco Sá,
Igual a ti,
Outro não há.
- Teu solo vasto e fecundo
Produz tudo que se planta;
Ostenta lindas pastagens,
Não há outro que o suplanta.
Estribilho:
Brejo das almas
Ou Francisco Sá,
Igual a ti,
Outro não há.
- Os teus filhos prediletos
Trabalham por teu progresso;
Querem te ver entre os grandes,
E entre os grandes ter acesso.
Estribilho:
Brejo das almas
Ou Francisco Sá,
Igual a ti,
Outro não há.
- Terra do Sargento Mor
Antigo Brejo das Almas;
Tens o nome do teu filho,
Que colheu da glória, as palmas.”
Dada a velocidade com que o professor recitava cada estrofe do belíssimo hino de nosso querido Brejo das Almas, e também por ser surdo, foi-lhe impossível constatar que apesar da imensa boa vontade do aluno Toninho Ruas, este não conseguira acompanha-lo. Sequer havia passado da primeira estrofe enquanto o professor de há muito o havia finalizado.
É...
-Por vezes, boa vontade só não basta. É preciso apertar o pé para conseguir “chegar junto”!
Enoque Alves Rodrigues é divulgador voluntário de Francisco Sá, Brejo das Almas e atua nas áreas de Engenharia Civil, Pesada, Obras de Artes, Montagens Industriais e Grandes Estruturas.

domingo, 1 de agosto de 2010

O ESFORÇO DOS MALAS COM ALÇA PARA SUPERAR OS MALAS SEM ALÇA DO MUNDO CORPORATIVO .

Transcrevo aqui importante matéria publicada recentemente pela Revista Veja, na seção “carreira”, a qual se refere ao dia a dia de todos nós, bons e bem intencionados trabalhadores, verdadeiros malas com alça que entre outras atribuições peculiares a nossa lide, ainda temos que carregar nas costas as pesadonas malas sem alça. Leiam com bastante atenção e no final me digam com sinceridade, quem dentro de qualquer corporação, quer na área burocrática ou chão de fábrica, não passou pelos terríveis suplícios que são o convívio com os “malas sem alça”. Diz o texto de veja:
-Em meados nos anos 90 o economista Jeremy Rifkin decretou o fim do emprego formal. De acordo com ele, a revolução tecnológica levaria a uma redução gigantesca do quadro de funcionários nas grandes empresas da área industrial e financeira, e o setor de serviços não conseguiria absorver os milhões e milhões de postos de trabalho fechados. Restava aos profissionais do mundo fabril e corporativo, inclusive os altamente qualificados, enfrentar mês a mês de sísifo dos freelancers. Quinze anos depois de Rifkin lançar seu epitáfio, o pior não veio, apesar de todos os solavancos: o emprego estável, com garantias previstas pelas legislações trabalhistas, em formas reconhecidas, não acabou – muito menos em países emergentes, como é o caso do Brasil. Se nas nações desenvolvidas a paisagem não pode ser considerada rósea, embora esteja longe de exibir as tintas do apocalipse, por aqui vem ocorrendo uma forte expansão de alto a baixo da pirâmide hierárquica. Pegue-se o exemplo dos degraus superiores: o numero de funcionários com nível universitário nas grandes empresas, boa parte deles com função decisória, saltou de 436000 em 1998 para mais de 1 milhão em 2008. E o mercado corporativo permanece aquecido.
Enfim, tornar-se mala com alça – ou seja, ocupar um cargo gerencial ou executivo – continua a ser uma meta almejada e realizada por muitos. As estatísticas, porem, passam longe das dificuldades oferecidas pelos malas sem alça - aquele pessoal que dedica toda a sua energia à criação de problemas para os que querem apenas e tão somente trabalhar. Essa fauna abrange desde os colegas fofoqueiros e oportunistas até os burocratas dos departamentos encarregados de zelar pelo bom andamento das operações, mas que se entusiasmam por criar formulários e inventar reuniões tão longas quanto desfocadas. O resultado é um ambiente carregado não só de situações embaraçosas, como de um sem-número de tarefas inúteis. Não há duvidas de que as relações profissionais, de uma década para cá normatizadas pelo ideário politicamente correto, estão mais cordiais nas aparências (o que não é pouca coisa, diga-se). Mas o panorama visto das baias e salas de divisórias que não alcançam o teto poderia ser bem melhor. Uma pesquisa recente feita pelo grupo CATHO, especializado em recursos humanos, mostro que 20% das demissões estão associadas a problemas com colegas e chefes e excesso de pressão. “Um bom ambiente profissional é tão importante quanto gostar do que se faz”, diz a consultora Lia Fonseca, do Portal You & Your Career.
Com base em um levantamento feito junto às principais empresas de recursos humanos no pais, VEJA selecionou os dez problemas mais comuns que se enfrentam hoje nas companhias:
1) Horários pouco flexíveis e excesso de pressão. 2) Treinamentos e entrevistas esdrúxulos. 3) Importância excessiva a diplomas. 4) A valorização de profissionais que vem de fora em detrimento daqueles que já estão há anos na companhia, com bons serviços prestados. 5) Roubo de crédito pelo trabalho. 6) Chefes arrogantes e prepotentes que não sabem delegar e cobra tarefas. 7) Processo de fritura (quando os chefes forçam a demissão do funcionário submetendo-o a humilhações). 8) Medo de pedir aumento. 9) Falta de clareza do funcionário e da empresa na hora de negociar propostas. 10) Dificuldade em lidar com a hierarquia.
*O QUE OS FUNCIONÁRIOS QUEREM DE UMA EMPRESA
>Hoje:
1 – Bom ambiente. 2 – Desenvolvimento profissional. 3 – Qualidade de vida. 4 – Possibilidade de rápido crescimento e 5 – Empresa com boa imagem e credibilidade no mercado.
>Há cinco anos:
1 – Empresa com boa imagem e credibilidade no mercado. 2 – Bons salários e benefícios. 3 – Desafios. 4 – Valorização profissional e 5 – Carreira internacional.
*OS DEZ PECADOS CORPORATIVOS (coisas que quase todo mundo faz, e continuará a fazer, mas não deveria)
1 – PASSAR POR CIMA DO CHEFE: Realizar uma tarefa para o diretor da empresa sem avisar o próprio chefe revela desobediência à hierarquia e falta de profissionalismo.
2 – RELACIONAR EDUCAÇÃO E SIMPATIA COM PODER: Dispensar tratamento diferenciado a cada funcionário da empresa, aumentando a gentileza e a simpatia proporcionalmente ao poder do outro, é sinal evidente de interesse.
3 – INTIMIDADE NO ESCRITÓRIO: Apelidos e brincadeiras pessoais são incompatíveis com o ambiente de trabalho, seja entre colegas, seja na relação chefe-subordinado.
4 – MANIA DE TOCAR NOS OUTROS: É muito inconveniente qualquer tipo de contato físico, até mesmo segurar o braço do interlocutor. A informalidade pode atingir níveis extremos, como massagem nos ombros e carinhos na barriga de gestantes.
5 – SER O FUNCIONÁRIO LIVRO-ABERTO: Deve-se resistir a tentação de contar a mais recente discussão familiar ou amorosa. É uma superposição descabida entre vida pessoal e trabalho.
6 – BRINCAR COM PEDIDOS DE PROMOÇÃO: Comentários como “viu meu relatório, chefe? Não acha que eu mereço um aumento?” só causan constrangimentos e dificilmente resultam em propostas objetivas.
7 – TORNAR PUBLICA A INSATISFAÇÃO: Registrar queixas em e-malls, programas de conversa instantânea, twitter, Orkut, facebook é inaceitável. Além de tornar publica a reclamação, o funcionário produz provas contra si mesmo.
8 – EXCESSO DE FEMINILIDADE: Usar a beleza ou charme feminino para conquistar favores ou benefícios na empresa é antiético.
9 – DEMONSTRAÇÕES DE CARINHOS ENTRE CASAIS: Qualquer demonstração de afeto é inadmissível num ambiente profissional. Pior ainda é fazer comentários sobre assuntos da intimidade do companheiro.
10 – CHORAR NO TRABALHO: Chorar no banheiro é tão ruim quanto fazê-lo em publico. Evidentemente, todos vão perceber a demonstração de descontrole. É melhor sair, dar uma volta e não envolver outros funcionários em seu problema.
- E ai, o que me diz? Fez sua analise?
- O que? Você nunca teve problema com os malas sem alça na empresa? Também nunca burlou, ainda que inconscientemente, nenhum dos dez pecados corporativos?
- Que bom, companheiro, que você é e sempre foi autônomo. Que nunca trabalhou como empregado para ninguém. Parabéns!
- Mas se você ainda trabalha ou já trabalhou alguma vez como empregado e diz jamais ter passado por isso, desculpe: você está faltando com a verdade. Os malas sem alça são onipresentes e estão em toda e qualquer empresa. Quer como “entregadores”, “puxa sacos”, “sanguessugas”, “agitadores”, “formadores de opiniões negativas”, “fuxiquentos” e muitas outras “virtudes”. Eles são parte integrante de um processo continuo de obsolescência na empresa, dos quais ninguém se consegue desvencilhar.
-Por vezes, é preferível fingir-se de morto, que ter um “mala sem alça” a sua frente.
Enoque Alves Rodrigues.