O DR. FRANCISCO SÁ – O HOMEM E A CIDADE - FINAL
Enoque Alves Rodrigues
Não me cabe aqui fazer a biografia do Dr. Francisco Sá, tarefa já desempenhada com grande maestria e eloqüência por escritores renomados, sendo a meu ver, a mais completa delas, a do Bacharel Sidney Chaves. Nela podemos constatar com riqueza de pormenores o retrato fiel da pessoa que foi o Dr. Francisco Sá e que aqui estou tentando exaltar.
Relatarei, para finalizar, alguns tópicos de sua vida, que propositadamente deixei para adicionar neste epilogo, com o intuito de colaborar com pesquisas eventuais sobre este grande Brasileiro de nossa Terra.
-Nasceu na Fazenda do Brejo de Santo André, então pertencente ao território de Grão Mogol, hoje e desde o ano de 1923 ao território do Brejo das Almas, hoje Francisco Sá. Portanto, ao contrário do que muitos pensam, Francisco Sá, não nasceu “brejeiro” do Brejo das Almas. Era “brejeiro” apenas por ter nascido no Brejo de Santo André, no município de Grão Mogol. Assim sendo, quero fazer justiça a nossa não menos linda e vizinha Cidade e ao seu povo hospitaleiro: O gentílico do Dr. Francisco Sá, quando nasceu não era “brejeiro” mas “grão-mogolense”. Parabéns, Grão Mogol, fundada que foi aos 23 de Março de 1840, cuja Bandeira do Município ostenta o mais lindo e significativo lema: “A riqueza está no trabalho”.
-Estudou as primeiras letras com Professor Particular ali mesmo na Fazenda do Brejo de Santo André. Fez o curso secundário em Diamantina e o curso superior em Ouro Preto, formando-se Engenheiro pela Escola de Minas, galgando o primeiro lugar de sua turma da qual foi ele o orador, no ano de 1884, então com 22 anos de idade.
-Foi Secretário do Presidente da Província do Ceará, Dr. Carlos Honório Otoni. Pelo mesmo Ceará elegeu-se Deputado Geral. Regressou para Minas Gerais onde se elegeu Deputado Provincial. Ainda nas Minas Gerais após a proclamação da República foi Diretor dos serviços de Terras e Colonização. Foi Secretário do Governo de Bias Fortes, elegeu-se Deputado pelo Ceará, Estado que depois viria a representar como Senador da República. Três vezes Ministro, sendo duas vezes da Viação e uma vez da Agricultura.
Na condição de Ministro da Viação, construiu, em vários Estados da Federação, Estradas de Ferro e Portos, e deu combate a seca do Nordeste Brasileiro. Prometeu e trouxe, -como “bom brejeiro de palavra”-, na condição de Ministro da Viação do Governo Arthur Bernardes, a Estrada de Ferro Central do Brasil, que veio beneficiar toda a região do norte-mineira. Em sinal de gratidão, o povo ergueu-lhe uma estátua na Praça da Estação, em Montes Claros. Numa placa de bronze, ao pé de sua estátua, estão gravadas as seguintes palavras: “Foi o maior e melhor amigo”.
-Nos anais da História estão gravados de formas indeléveis e inequívocas, varias homenagens a este grande brejeiro do qual todos nós nos orgulhamos mesmo não tendo tido o privilégio de ser-lhe contemporâneo. É nosso conterrâneo e isto nos basta. Ainda que não fosse do Brejo ou de nossa Grão Mogol, mas apenas pelo fato de o Grande Francisco Sá, que nomina minha Cidade, ter nascido no Brasil -que hoje produz tanta porcaria como Político -assim como os Sarneys e os Maluf´s, para citar algumas tranqueiras podres que como múmias do Século zero, antes do Mundo, insistem em manterem-se de pé, a escarnecer de nós, pacatos Cidadãos que carregam este Pais nas costas-, já seria mais que suficiente para nos sentirmos orgulhosos.
A revista “Montes Claros em Foco” do ano de 1962, centenário do Dr. Francisco Sá, à página 452, vários escritores como Nelson Viana, Olyntho da Silveira e muitos outros, além do historiador Hermes de Paula, prestam-lhe, através de inúmeros discursos, grande homenagem.
-A verdade é que, meus amigos, e conterrâneos, com a modéstia que faz parte de minha personalidade, procurei, durante boa parte de minha existência, ir a fundo, aprofundar-me com imparcialidade, sem endeusamento, no “escarafunchar” a vida da Ilustre figura que foi Francisco Sá, o homem. Devo dizer, com humildade, que em razão disso possuo grande acervo de conhecimento escrito ou simplesmente gravados na memória, sobre nosso conterrâneo Francisco Sá. Mas tenho que admitir que por mais que alguém tente, pesquise, garimpe nos “sebos da vida”, jamais se conseguirá juntar fragmentos aqui e ali suficientemente compatíveis ou próximos do que foi Francisco Sá, o homem. Por mais que se investigue ou escreva, sempre ficará algo por relatar.
Um grande abraço.
Inté...
Enoque Alves Rodrigues, atua nas áreas de Engenharia Civil, Pesada e Obras de Artes, Montagens Industriais e Grandes Estruturas.
Saibam mais sobre o Brejo das Almas visitem os sites: http://citybrazil.uol.com.br/mg/franciscosa/index.php
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