sábado, 1 de janeiro de 2011

ASSIM ERA FRANCISCO SÁ XIII - UM POUCO DO DR. JOÃO ALVES EM MONTES CLAROS 2.

ASSIM ERA FRANCISCO SÁ XIII -UM POUCO DO DR. JOÃO ALVES EM MONTES CLAROS 2

Enoque Alves Rodrigues

No mesmo Jornal “Folha do Norte”, em seu número de 27 de Julho do ano de 1930, cujo periódico era naquela época publicado em Montes Claros e distribuído para toda a região do norte das Minas Gerais, viam-se os seguintes artigos:
“Estão sendo, afinal, vitoriosos no Supremo Tribunal todos os pontos de vista sustentados pelo “O Jornal” e o “Diário da Noite” a propósito de Montes Claros. Os juízes que votaram até agora no conflito de jurisdição provocado em virtude de presença inepta de um procurador da Republica no inquérito policial instaurado pelo governo de Minas, todos dois já opinaram que não se trata de crime político. A justiça se acha diante de um delito comum submetido à jurisdição da autoridade judiciária local. Vemos desse modo, posta em cheque a palavra do presidente da Republica, que na mensagem enviada a 3 de maio ultimo ao Congresso, teve a impávida coragem de classificar como político a reação ao autonomistas de Montes Claros às provocações feitas pelo governo federal ao brio, ao pudor e ao caráter altivo dos mineiros.
“Quando ocorreram os deploráveis acontecimentos de Montes Claros, frisamos desde a primeira hora que o pais assistia ao gesto de desespero de uma coletividade, nos derradeiros transes da paciência e do espírito de sacrifício. O que a tolerância mineira contemporizou com a insolência desabusada do Sr. Washington Luiz e dos seus instrumentos covardes, só poderá ser bem compreendido examinando-se friamente a explosão de Montes Claros. O trágico morticínio que ali se verificou foi como uma válvula de escapamento da pressão formidável da temperatura mineira, contra homens como os senhores Washington Luiz, Carvalho de Brito e Melo Viana, que todo o dia procuravam um pretexto novo para enxovalhar a dignidade da gente altiva de Minas Gerais.
“Uma bomba lançada por um imprudente da caravana do Prestes, à porta da casa do Sr. João Alves, foi o estopim que ateou fogo na dinamite. Os líderes da provocação à bravura mineira saíram, graças a Deus, com vida para que a Nação evidenciasse a mistura de que era feito o caráter desses cidadãos que o Sr. Washington Luiz adquiriu para com eles ter a veleidade pueril de intimidar o liberalismo montanhês. Face a face dos autonomistas intrépidos de Montes Claros, todos eles exacerbada pelas agressões do poder federal às liberdades publicas de sua terra, - os líderes da causa do mandonismo do presidente da Republica, em Minas, não tiveram sequer coragem de enfrentar as escopetas das suas vitimas, decididas à revanche pessoal, corpo a corpo. Os senhores, Brito, Melo Viana e outros próceres concentristas receberam o contra-golpe dos autonomistas de Montes Claros de ventres colados ao solo, pálidos de susto para serem pisados, machucados pela sua caravana em debandada, a fugir estrada afora, como folhas secas varridas pelo vendaval.
“Montes Claros fixa no momento culminante da consciência brasileira.
“As palavras do juiz Artur Ribeiro são o mais tremendo libelo que poderia ouvir o presidente da Republica, a propósito daquela frase pernóstica “tocaia de bugres”, com que quis ele classificar Montes Claros. Insistiu o Sr. Artur Ribeiro no que sempre aqui dissemos: foi o sentimento da autonomia individual e coletiva que ditou aquele ato de desespero. Tenhamos coragem de pegar pela gola do casado e apontar à Nação o único responsável pela chacina verificada naquele reduto das liberdades mineiras. É o Presidente da Republica a quem o voto do Supremo Tribunal irá colocar, desta vez, em triste e miserável postura”
(Assinado) Assis Chateaubriand”

Breve, na medida do possível darei seqüência a historia de vida desse grande Brasileiro, que nasceu e viveu com grande galhardia no norte das Minas Gerais e que tanto fez por Montes Claros, Francisco Sá e toda região.


Enoque Alves Rodrigues, que atua na área de Engenharia, é Colunista, Historiador e divulgador voluntário de Francisco Sá, Brejo das Almas, Minas Gerais, Brasil.

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